terça-feira, 30 de outubro de 2007

Ensaio sobre....Cinema!

Acredito que já seja conhecido de todos que frequentam o blog que recentemente acontecia nas ruas de São Paulo as filmagens do novo filme de Fernando Meirelles chamado "Blindness" baseado na obra do escritor portugues José Saramago "Ensaio sobre a cegueira". Adotando a mesma atitude que em seu trabalho anterior "O Jardineiro Fiel", o Diretor brasileiro montou um blog de seu novo filme, contando nele detalhes sobre produção, o roteiro e as gravações do seu novo longa metragem. Acontece que o último post do Meirelles é quase que uma aula sobre cinema, onde ele conta detalhadamente o modelo de filmagem que adotou e suas vantagens na hora da edição do filme, além de uma analise breve do custo benefício de tal modelo. Em meio a detalhes pessoais e algumas peripécias das gravações, eis o mais novo (e divertido!) relato de Fernando meirelles sobre sua mais nova empreitada:


No foto: Don McKellar (de camiseta vinho), Winnie (continuista), eu, Cesar Charlone, Julianne Moore, Rhaul (dolly grip), e, de costas, a careca do Chris Davenpoort (preparador de elenco). Sobre o monitor, meu roteiro de capa azul (que já não está mais entre nós)



"Já eram 4h37 da madrugada e os pardais começaram a piar sem graça. Ouvir passarinho cantando antes de ir dormir, em geral, me deixa deprimido. Comecei a rir de bobeira, arranquei o fone do ouvido, desliguei o walkie-talkie e desisti. Estávamos em 10 pessoas no câmera-car do Stanley, rodando pelo centro de São Paulo, sonados, depois de 14 horas de filmagem na rua. Eu olhava para os quatro monitores que transmitiam o sinal das duas câmeras que estavam na pick-up, e de outras duas escondidas dentro do carro que o Don Mc’Kellar dirigia, e torcia por oito segundos de alguma imagem que completasse a cena em que o Ladrão fica cego, mas sempre alguma coisa atrapalhava. Atrás do carro do Don/Ladrão vinha um comboio com uma limusine branca enorme, um táxi destes amarelos e outros carros simulando uma rua movimentada em alguma cidade do mundo. O Don tinha que seguir o câmera-car mantendo a mesma velocidade e uma distância fixa, tarefa complicada nas ruas de S. Paulo, cheias de faróis, mais complicada ainda pelo fato dele não dirigir regularmente e nunca ter guiado um carro com marchas. Isso já seria um bom desafio, mas havia um agravante, o Don é míope mas seu personagem não é, então tinha que fazer tudo isso sem óculos e para completar, a cada 10 segundos, o Serjão, eletricista, o ofuscava direcionando um refletor para seus olhos simulando faróis de outros carros. A cerejinha neste bolo de convite-ao-acidente é que ele dirigia um carro protótipo da Fiat, movido a benzina, e cada vez que parava num sinal o carro morria e não pegava mais. Quando ouvi o primeiro pardal, olhei o relógio e me dei conta que estávamos parados há quatro minutos esperando o Fiat se mover. Cansados, sem reação, apenas olhávamos para o carro lá, paradão. Contávamos só com a ajuda da Analia, operadora de câmera que estava escondida no banco de trás do Fiat com o Don e poderia ajudá-lo. Então, o César anunciou que, além de não falar inglês, a Anália não sabia dirigir. Nosso bote salva-vidas naufragou. “Xeque-mate”, pensei. E joguei a toalha.

Minha disposição para este tipo de gincana já não é mais a que era. Madrugadas, movimentos de grua complicados, muitos figurantes, cenários enormes, cenas com muitas situações paralelas a serem mostradas me dão uma certa preguiça. Filmar com muitas câmeras também complica bem. O Gui, som direto, que o diga. Ele vive sinucado sem ter por onde entrar com seu microfone. “Tem câmera por todo lado”. Reclama. “Dá seu jeito!”, respondo. E ele vai dando.

Rodar com muitas câmeras é bom por não termos que repetir a mesma cena 40 vezes para conseguir diversos ângulos, e é ótimo pois dá muita cobertura para o montador; mas, durante a filmagem, muitos ângulos simultâneos pode ser dispersivo. Neste filme, o César Charlone e eu aprimoramos uma boa maneira de trabalharmos com quatro câmeras, pode até ser chamado de método, tem uma certa lógica, contrariando o que pensam os assistentes de direção e parte da equipe. Eis o “método” (que obviamente não é sempre seguido com o rigor que descrevo aqui):

Para planos gerais da cidade, ou imagens com muitos detalhes, estamos usando uma câmera chamada Vista Vision. Ela roda em 64mm, gera uma imagem bem definida e estável. Em geral, esta câmera só trabalha em algumas externas, onde é usada apenas para um ou dois ângulos pré-determinados e depois descansa o resto do dia. Ela consome negativo como um Dodge Dart consumia gasolina – ou, para quem não sabe o que é um Dodge Dart, como um deputado consome verba de representação. Vorazmente.

Depois, temos a câmera A, uma 35mm que conta a história. Quando é possível criar uma imagem instigante e narrativa ao mesmo tempo, ótimo. Se não for possível, esta câmera tem que priorizar a clareza da história, ou seja, mostrar o lugar onde estão os atores, cobrir os diálogos e as reações dos personagens deixando claras as intenções da cena. É meio convencional às vezes, mas resolve.

Rodando ao mesmo tempo, temos sempre uma câmera B, que tenta contar a mesma história de forma mais indireta. Cobre a cena através de reflexos, pelas costas dos atores, faz os closes, busca enquadramentos menos óbvios. Mostra a nuca em vez do rosto, uma sombra em vez do corpo do ator. Sugere a história mais do que a mostra. Se a câmera A é prosa, a câmera B é poesia. Desta câmera deverão sair “os melhores momentos” do filme, mas como no futebol, sabemos que só a jogada de efeito não funciona. É preciso ter uma câmera “A” levantando para esta “B” cortar.

Finalmente, há uma câmera 16mm que entregamos ao acaso, ou para Deus, como diz o César. Usamos basicamente para desperdiçar negativo. Ela em geral fica amarrada com fita crepe num canto e quase sempre roda sem operador, é acionada por quem estiver mais perto. O aproveitamento das imagens desta câmera-do-acaso é baixo. É como lançar uma rede sem grandes expectativas para eventualmente puxarmos imagens inesperadas. E acontece. Curioso que sempre chamamos esta atitude de buscar imagens ao acaso de “pescaria”, achei que nós tivéssemos inventado esta expressão, mas descobri agora, com o canadenses , que eles também usam a mesma expressão: “Fishing”.

O uso de câmeras simultâneas não é muito habitual no Brasil, pois aparentemente encarece um filme. É preciso mais equipe de câmera, gasta-se mais com aluguel de equipamento ou com negativo. Mas se computarmos a redução do numero de diárias que isso gera, acho que a conta se fecha a favor. Neste caso tínhamos orçado 57 dias de filmagem mas devemos terminar o filme em 50. Essa semana economizada está diretamente relacionada ao monte de câmeras e (talvez) esta economia compense os custos extras mencionados. Mas, mesmo que não haja vantagens econômicas, essa maneira de filmar vale a pena. Ela nos permite quase nunca repetirmos um mesmo enquadramento em duas horas de filme e libera o ator que, nem que queira, consegue interpretar para a câmera, já que está cercado. Também me livra do chato (e às vezes inútil) trabalho de decupar o filme. O que fazemos é montar a cena como se fosse teatro, sem pensar em câmeras e depois cobrimos o máximo possível. A decupagem acontece na sala de montagem, o que é uma vantagem, como tenho constatado, pois muitas vezes entre a imagem bem enquadrada da câmera A, que foi previamente planejada, ou a mesma cena meio encoberta da câmera B temos usado a segunda opção na montagem. Neste filme, que é sobre olhar, mas não ver, esconder um pouco o que se passa ajuda a colocar o espectador no mundo dos personagens cegos, quero crer. De qualquer maneira, eu dificilmente planejaria um enquadramento onde um ator cobre o outro intencionalmente. Esses momentos acontecem por sorte e às vezes são ótimos.

O César, em geral, defende que a história seja contada mais pelas imagens e sons e reclama da quantidade de palavras do roteiro. Certamente o Marco Antonio Guimarães, que vai fazer a trilha, apoiará esta visão. Atores e roteirista gostam de diálogos e às vezes não entendem o exagero de posições de câmera que usamos. Eu tento ter o máximo dos dois mundos. Apoio sempre sugestões de novos pontos de vista que não haviam me ocorrido e incentivo os atores a aumentar seus textos para ajudá-los a entrar na história. Faço isso mesmo sabendo que cortarei o excesso de palavras na montagem, ou que dificilmente usarei um determinado ângulo que está sendo rodado. Mas nunca se sabe, então arrisco. O tempero entre a narrativa das palavras e das imagens vai ser encontrado na montagem, que é quando realmente o filme toma forma. Já aprendi que numa sala fechada, tranqüila e concentrada, nem sempre a decisão que me pareceu mais acertada no set prevalecerá, então, na dúvida entre uma opção ou outra, rodo as duas.

Admiro a capacidade de abstração de diretores que conseguem pensar seus filmes de ponta a ponta com antecedência, diretores que desenham storyboards e depois cumprem à risca o que planejaram. Já tentei fazer isso, mas fico tão focado em fazer o que planejei que acabo não vendo as idéias vivas que acontecem no set. Já filmei muito como um clarinetista que toca seguindo uma partitura, hoje acho que filmo mais como jazz. Você me entende."


segunda-feira, 29 de outubro de 2007

O amor segundo Babenco

Adaptado de: O Globo impresso




Diretor retorna à sua Argentina natal para filmar "O passado", com o astro Gael Gacía Bernal

Aos sorrisos, o ator mexicano Gael García Bernal, de 28 anos, e o argentino naturalizado brasileiro Hector Babenco, de 61, diretor de "O passado", que estreou dia 26 de outubro, cumprimentam-se com um abraço caloroso. O filme foi exibido no Auditório do Ibirapuera na quinta-feira, 18, dando largada a 31ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que vai até 1º de novembro.
Juntos em solo paulistado, Babenco e Gael se abraçam e sentam lado a lado, indirefentes à expectativa que cerca o novo longa-metragem do diretor de "Carandiru", que é ambientado em sua Argentina natal. Comparações com a produção - que, em 2003, arrastou mais de 4,5 milhões de pagantes aos cinemas - seriam injustas com o diálogo cinematográfico que Babenco travou com o romance homônimo do argentino Alan Pauls. O atual projeto, essencialmente intimista, não tem a mesma dimensão mercadológica que tinha o drama calcado numa das maiores tragédias brasileiras.
- Eu olhava o livro de Pauls e não via um longa-metragem. Mas Babenco, com sua experiência, extraiu um filme dele - elogiava Gael, o Che Guevara de "Diário de Motocicleta" (2004), que também exibe na Mostra seu primeiro trabalho como realizador, o longa "Déficit". - Babenco fez um filme sobre um homem que vive um autismo emocional.
- Quando telefonei para Pauls, dizendo que queria filmar "O passado", ele me disse: "Hector, você está louco. Não imagino alguém querendo fazer este filme". Mas eu não me interessava pela dimensão literária do romance, e sim pelo que estava vivo naquele texto. Com ele, estou visitando o Hector que ficou reprimido aos 28 anos. Para isso tive de ir ao espaço geográfico onde este homem ficou. Por isso, o filme foi feito na Argentina - explica o cineasta sobre a saga de desastres existenciais que cercam o tradutor Rímini (Gael Garcia) ao separar-se de Sofía (Analía Couceyro) após 12 anos de união.
A trama tem tudo o que se espera de um melodrama rasga-coração. Ao sair de casa na tenativa de refazer sua vida, Rímini divide sua cama com muitas mulheres. Passa de uma modelo ciumenta a uma colega experiente e apaixonada. Mas nenhuma das relações resistirá à sombra de Sofía.



Diretor tentou evitar o melodrama

O enredo até sugere que Babenco fez um bolero filmado, mas "O passado" flui para uma direção mais "desidratada", segundo o diretor:
- Eu sabia que estava lidando com os elementos do melodrama, que é um gênero genuinamente latino. Na história, há o abandono, a separação, a vulgaridade, a vingança. Mas eu não podia revisitá-los de uma forma clássica, uma vez que as telenovelas já esgotaram todas as formas triangulares e quadrangulares do amor. Precisava de uma coisa mais seca, sempre em elipse, Era uma maneira de descobrir o filme que havia no livro. Não sou um diretor que faz filmes para ilustrar teses. As teses são descobertas quando faço os filmes.
Com um orçamento de cerca de R$11 milhões, o filme chega ao circuito nacional com 60 cópias. Na abertura da mostra, quando passou para convidados no lotadérrimo Auditório do Ibirapuera, ele comoveu a multidão.
- É um filme muito bonito. Fico muito emocionado com ele - elogiava o cineasta Bruno Barreto, um dos muitos realizadores que saíram da exibição tocados.
Se o longa de Babenco repoduzir em suas exibições as reações que provocou na Mostra, um novo êcito de bilheteria pode se juntar às melhores performances nacionais de 2007, como "Primo Basílio", "Tropa de Elite" e "A grande família - o filme".
Escolado na reestruturação do mercado mexicano, Gael García Bernal traz números de público bastante similares aos das rendas nacionais recentes ao fazer uma analogia entre as cinematografias do Brasil e do México.
- Muitos filmes têm sido feitos hoje em dia no Méximo. E o melhor é que temos público para eles - diz o ator que estréia seu "Déficit" por lá e por aqui em 2008. - Os cineastas mexicanos contam com um instituto de cinema forte. Graças ao apoio do instituto, pelo menos 15 longas chegam ao circuito anualmente.


Paulo Autran (ao centro) em seu último filme


Uma fuga dos habituais temas sociais
Diretor diz que precisava filmar algo diferente de "Carandiru" e "Pixote"

Gael García Bernal não especula resultados para "O passado". Nem Hector Babenco. Por ter majoritariamente as loações em Buenos Aires - há só uma seqüência do filme ambientada em São Paulo -, a língua falada no longa é o espanhol, e não o português. Isso tem levado línguas ferinas a questionar o uso da expressão "filme brasileiro" para o filme, apesar de seu DNA nacional ser irrefutável. Babenco, que considera esse debate "xenófobo", lembra que co-produções multinacionais são fenômenos globais no audiovisual:
- Todo o cinema europeu da atualidade é feito em co-produção. Os filmes asiáticos também trabalham nesse sistema com a europa. Eu não vejo problema nisso, desde que não se deturpe a qualidade do produto final. E o produto final, o filme em si, me parece mais importante do que os meios com que ele é realizado.
(...)


Trailer:

domingo, 28 de outubro de 2007

“Quem são os fascistas do cinema?” por Bráulio Mantovani

Colocarei aqui um texto de Bráulio Mantovani (talvez, o melhor roteirista do Brasil), responsável pelo roteiro de Cidade de Deus e, mais recentemente, Tropa de Elite. Excelente texto que nos dá uma idéia um pouco maior das características do ofício de roteirista e das responsabilidades que escrever um roteiro de cinema contém. Esse artigo foi retirado do blog dos Autores de cinema, que estreou recentemente e foi divulgado aqui no blog, vale a pena conferir o site e o blog que contém muitas informações sobre a profissão e tem como objetivo ser um espaço divulgador para aqueles que desejam saber um pouco mais do maravilhoso trabalho desses profissionais ou até mesmo aprender com os que lá se encontram, ou seja, os melhores. Eis o texto:



"

Quando Cidade de Deus estreou nos cinemas, alguns críticos, acadêmicos e também espectadores atacaram o filme com virulência. Lembro-me de ter lido sobre o suposto “darwinismo social” do filme. Houve quem qualificasse o roteiro de “subtarantino”. Entrou em moda um slogan acadêmico muito pejorativo, de cujo enunciado não quero me lembrar, como diria Cervantes.

Tropa de Elite ainda nem foi lançado e nós, autores do filme, estamos sendo chamados fascistas. Há gente que vai mais longe, associando a suástica ao filme. Por quê? Porque a “mensagem” do filme seria a seguinte: os culpados pela situação da segurança pública no Rio de Janeiro são os jovens de classe média e alta que consomem maconha. E por causa do filme, vão ser transformados em bodes-expiatórios, como aconteceu com os judeus durante o terror nazista. E os culpados disso são os autores do filme.

Eu já esperava que a polícia (ou parte dela) tentasse impedir a exibição do filme, como de fato tentou. Mas eu nunca imaginei que alguém pudesse pensar que o Tropa de Elite tivesse o poder de desencadear uma cruzada contra os jovens universitários que usam drogas. Mesmo porque a droga faz parte da história, mas não é o tema do filme. O produto ilegal poderia ser CDs ou DVDs piratas, remédios falsificados, qualquer outra coisa. O tema do filme é a polícia militar carioca. E esse tema é tratado no filme pelo ponto de vista de um personagem que é policial. O narrador da história é violento. E age com violência e crueldade porque foi treinado para agir assim. O Capitão Nascimento acredita que o Rio é uma cidade em guerra. E não faz caso para a Convenção de Genebra. Há quem o considere um herói. Não é o meu caso. Um personagem que espanca um garoto para obter informações (o fogueteiro, que vigia o morro) não pode ser um herói, na minha opinião. Mas nem por isso é um monstro, desprovido de humanidade. E é por isso que as ações violentas do personagem são, para mim, tão assustadoras.

Muitos dos que consideram o filme fascista (e por extensão, seus autores e, em alguns casos, o público) fundamentam suas conclusões em certas reações por parte da platéia que esteve presente em uma única exibição oficial do filme. Pelo que me contaram, alguns espectadores aplaudiram a execução do personagem do traficante Baiano no fim da história. Talvez, outros tenham sentido vontade de aplaudir as execuções da estudante e do diretor da ONG levadas a cabo pelo próprio Baiano na favela, algumas cenas antes. Quem sabe, parte da platéia tenha comparado as duas execuções e pensado: “caramba, os traficantes e o Bope agem segundo uma mesma lógica perversa: quem quebra a lei (seja a lei do tráfico ou do estado) tem que ser torturado e executado”. Outras pessoas podem ter pensado muitas outras coisas. O público não é uma massa indistinta que atua em coro. Cada espectador reage ao que vê de acordo com o seu próprio sistema de valores. Há espectadores cuja reação diante de um filme é a de questionar suas opiniões e crenças. Outros buscam apenas encontrar elementos que sirvam para reafirmar o que já pensam. As reações do tal público não são unívocas. E os autores de qualquer obra não têm controle sobre elas.

O que está acontecendo com Tropa de Elite aconteceu também com o filme Baixio das Bestas. Soube por relatos de meus colegas da AC (Autores de Cinema) — a associação dos roteiristas brasileiros de longas-metragens — que no debate sobre o roteiro do filme, que ocorreu no festival de Brasília do ano passado, o roteirista Hilton Lacerda foi acusado de misógino e homofóbico. Quer dizer que porque Baixio das Bestas expõe a misoginia e a homofobia, com coragem, verdade e muito talento, os autores do filme (roteirista e diretor) são misóginos e homofóbicos?

Os que nos chamam fascistas devem pensar que um filme sobre a violência policial só pode ser feito sob o ponto de vista das vítimas dessa violência. Parecem raciocinar segundo uma regra que define que bandidos cruéis, policiais violentos, misóginos e homofóbicos têm que ser retratados como monstros e interpretados por atores sem carisma. As imagens da miséria brasileira só podem ser mostradas na tela como faziam os grandes mestres do cinema novo. Essa maneira de pensar me faz lembrar de uma reflexão de Roland Barthes sobre a língua, em sua famosa Aula: “a língua (…) não é nem reacionária, nem progressista; ela é simplesmente: fascista; pois o fascismo não é impedir de dizer, é obrigar a dizer”. Felizmente, o cinema tem suas próprias e muitas gramáticas."


sábado, 27 de outubro de 2007

Breve análise sobre "O ano em que meus pais sairam de férias"

O cinema da retomada tem reconstruído nas telas a história do regime militar brasileiro, período trágico e recente, entretanto esquecido dentro da nossa sociedade. Discutir hoje o golpe militar de 1964 e seus desdobramentos é parte essencial para que nos lembramos que pessoas lutaram e morreram para que tivéssemos a arbitrária, contudo estável democracia de hoje. Em tempos nos quais revolucionários e utopias estão em baixa, continuamos “cordiais” na periferia do capitalismo, com inúmeros problemas sociais e mantendo esperança de que nosso Estado extremamente burocrático e endividado lance mais um “pacotaço” mágico para que enfim, da noite para o dia, ingressarmos no primeiro mundo. Dos filmes que abordam o tema aquele que me angariou mais simpatia foi “O Ano Em Que Meus Pais Saíram De Férias” de Cão Hambúrguer, explico, um golpe militar ou uma revolução, movimenta inúmeros rumos de vida simultaneamente, porém nem todas as pessoas se preocupam de fato com política ou assumem uma ideologia, pelo contrário elas estão preocupadas com outros assuntos: renda, família, futebol, religião, relacionamentos, mas são afetadas pelas decisões políticas do meio social independente da vontade, sendo assim, o grande mérito desta produção foi não fazer um filme sobre a ditadura e sim tendo ela como exterior, onipresente e coercitiva, demonstrada partindo de um simples garoto que teve os pais exilados para o social revelando como o regime através do medo e da força afetou e deixou cicatrizes na vida de inúmeras pessoas tão diferentes entre si.

O Brasil pensa seu “povo” como acomodado e alienado, esquecendo que esta característica esta enraizada na estrutura paternal e na baixa instrução; que reduz a flexibilidade intelectual, as perspectivas e a capacidade de raciocínio articulado, além disso, existem as políticas assistencialistas. Mobilizações são consideradas como sinônimo de perigo e merecem uma única resposta: a repressão policial ou o desprezo. A colonização deixou no inconsciente coletivo a sensação de que desenvolvimento é sinônimo de extrair e comercializar. Fala-se em fraqueza da sociedade civil para designar a ausência de entidades e organizações sociais que articulem demandas e reivindicações. Esperar que o Brasil vá as ruas exigir mudanças é desconhecer a realidade do país. Os veículos de comunicação de massa monopolizam as informações e o consenso é confundido com unanimidade enquanto a discordância é posta como ignorância, atraso ou com receio, pois entraria em conflito com as opiniões das “pessoas de bem”. Tudo isso não começou com a ditadura, existia antes e permanece.

"O ano em que meus pais sairam de férias" é um excelente filme, muito acima de qualquer filme americano que estreou no cinema este ano e isto nao é querer fazer média e sim reconhecer o valor desta obra. É uma pena que poucos assistiram, ainda vou escrever mais sobre o cinema nacional, que tem produzido gratas surpresas mesmo com pouco dinheiro e e expectativa.

A Lei Ancine tem seus prós e contras, se por um lado financia produçoes de qualidade como esta, por outro, o filme "fica pago", ou seja nao precisa dar lucro, entao é exibido apenas em festivais que ocorrem na maioria dos casos só em grandes centros, eu confesso, vi o filme em casa, o baixei da net, como muitos outros o fizeram e fazem.

Ai caimos na discussao que é semelhante a da profissao de socólogo, temos de mostrar mais nossos trabalhos, pois só assim teremos o reconhecimento que tanto necessitamos e almejamos.Talvez este seja o filme até hoje com mais chances de conquistar o Oscar. Tropa de Elite é um grande filme, no entanto seria no mínimo injusto ele competir, tendo em vista que foi lançado as pressas, uma manobra política no mínimo arbitrária. Fica desde já registrada a torcida.

Aquecimento para o Chris Cornell


Devido a saída do Chris Cornell do Audioslave, muitas pessoas se perguntam o que ele possivelmente tocará nos shows aqui do Brasil. Por isso, tentei pegar alguns shows recentes para termos uma idéia do que estar por vir. (Clique nos nomes dos shows para baixá-los!)

Tem o Unplugged in Sweden (pass: killthemusica) que apesar de ser do ano passado, vale muito a pena ser conferido.
Set List: 01 - Doesn't Remind Me, 02 - Like a Stone, 03 - Wide Awake, 04 - Fell on Black Days (Soundgarden), 05 - Be Yourself, 06 - Billie Jean (Michael Jackson Cover), 07 - Original Fire, 08 -Redemption Song (Bob Marley Cover), 09 - Peace Love And Understanding (Elvis Costello Cover), 10 - All Night Thing (Temple of the Dog), 11 - Black Hole Sun (Soundgarden) , 12 - Call Me a Dog (Temple of the Dog) e 13 - Thank You (Led Zeppelin Cover).

Outro show é do de Minneapolis (08/04/07).
Set list: 01 - Introdução, 02 - Spoonman, 03 - Outshined, 04 - Hunger Strike, 05 - Like A Stone, 06 - No Such Thing , 07 - Zero Chance, 08 - Burden In My Hand, 09 - Pretty Noose, 10 - Seasons, 11 - Call Me A Dog (Acústico), 12 - Doesn't Remind Me, 13 - What You Are, 14 - Poison Eye, 15 - Billie Jean, 16 - Rusty Cage, 17 - Intervalo, 18 - Wide Awake (Acústico), 19 - Black Hole Sun, 20 - Arms Around Your Love e 21 - Jesus Christ Pose.

Também peguei o show que ele fez em Berlim no dia 20 de maio deste ano.
Setlist:
Parte 1: 01 - Spoonman, 02 - Outshined, 03 - Show Me How To Live, 04 - You Know My Name, 05 - Arms Around Your Love e 06 - Hunger Strike.
Parte 2: 07 - What You Are0, 8 - Rusty Cage, 09 - Be Yourself, 10 - Seasons e 11 - I Am The Highway.
Parte 3: 12 - Scar On The Sky, 13 - Can't Change Me, 14 - Wide Awake, 15 - Doesn't Remind Me e 16 - Billie Jean.
Parte 4: 17 - Zero Chance, 18 - My Wave, 19 - Jesus Christ Pose, 20 - Black Hole Sun e 21 - Say Hello 2 Heaven.

Também tem o show de Los Angeles do dia 11 de julho. Parte 1 e parte 2.
Set list: 01 - Sunshower Intro / Let Me Drown, 02 - Outshined, 03 - Show Me How To Live, 04 - No Such, 05 - You Know My Name, 06 - Be Yourself, 07 - Say Hello 2 Heaven, 08 - What You Are, 09 - Rusty Cage, 10 - Safe And Sound, 11 - Finally Forever (Acústico), 12 - Fell On Black Days (Acústico), 13 - Like A Stone (Acústico), 14 - Doesn't Remind Me (Semi-Acústico), 15 - Cochise, 16 - The Day I Tried To Live, 17 - Can't Change Me, 18 - Spoonman, 19 - Jesus Chris Pose, 20 - She'll Never Be Your Man, 21 - My Wave, 22 - Burden In My Hand e 23 - Black Hole Sun.

Existe também o Live in Seattle que é o do Msn, do dia 08 de maio.
Setlist:
Parte 1: 00 - Intro, 01 - Spoonman, 02 - Outshined, 03 - Original Fire e 04 - No Such Thing.
Parte 2: 05 - Say Hello 2 Heaven, 06 - Mission, 07 - You Know My Name e 08 - Seasons.
Parte 3: 09 - Scar On The Sky, 10 - Can't Change Me, 11 - Sunshower e 12 - She'll Never Be Your Man.
Parte 4: 13 - Rusty Cage, 14 - Billie Jean, 15 - Black Hole Sun e 16 - Jesus Christ Pose.
Parte 5: 17 - Like A Stone, 18 - Burden In My Hand, 19 - Cochise, 20 - Safe And Sound e 21 - Hunger Strike



Para informações atualizadas sobre a turnê dele com fotos e detalhes dos shows, vale a pen conferir o blog Chris Cornell Brasil.
Vale ressaltar que o Carry on, cd solo dele, está disponível no outro post junto com outros vídeos.
Agora é só esperar até dezembro para o show e ver o que ele preparou para os fãs brasileiros.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Novidades oficiais sobre "Anjos e Demônios"


Ambigrama Ilumminati com os quatro elementos da natureza escritos (earth, air, fire e water). Note que se girarmos a figura de ponta a cabeça podemos ler exatamente a mesma coisa (o que define este tipo de figura)


Depois de alguns meses sem novidades expressivas, a revista Variety resolveu quebrar o silêncio. Segundo o site, a empresa responsável pela produção, a Columbia Pictures, já confirmou o inicio dos trabalhos no filme para fevereiro de 2008.
O roteiro da produção, escrito por Akiva Goldsman, deve estar pronto até o dia 31 de outubro. Tal data-limite fora imposta por marcar o fim do atual acordo dos estúdios de Hollywood com o Sindicato dos Escritores da América (WGA), um dos catalizadores da famigerada greve que poderá paralisar a indústria cinematográfica norte-americana no meio do próximo ano. O casting da produção já começou, porém o único nome confirmado até o momento é o de Tom Hanks, que viverá novamente o especialista em símbolos religiosos Robert Langdon.
O diretor do longa, Ron Howard (que também capitaneou "O Código Da Vinci"), está assegurando para si um ano bastante agitado. Além desta produção, o cineasta ainda precisa comandar a pós produção de outro de seus lançamentos, a adaptação para o cinema da peça "Frost/Nixon", cujas filmagens foram encerradas há menos de uma semana. No entanto, isso não deve atrasar o desenvolvimento de "Anjos e Demônios", cujo lançamento está marcado para dezembro de 2008.
A película conta a história de uma antiga sociedade secreta, os Ilumminati, que jurara vingança à igreja católica séculos atrás, ressurge aos olhos do mundo após todos pensarem que ela já havia se extinta séculos atrás. O especialista em simbologia de Harvard, Robert Langdon (Tom Hanks), é chamado à Europa no maior centro científico do planeta (CERN) para desvendar um assassinato que suspeita-se ter envolvimento de uma organização secreta. Porém, o que parecia apenas um assassinato, mostra-se o início de uma catastrofe que marcaria pra sempre a história do mundo e, principalmente, da igreja católica. Envolto a muito mistério, reviravoltas, arte, ciência e religiosidade, Anjos e Demônios, que vendeu milhares de cópias mundo afora, promete ser um dos grandes lançamentos cinematográficos do próximo ano.

Curiosidades:

* O vice-presidente da Sony Pictures, Jeff Blake, revelou ao Times Online irá adaptar 'Anjos e Demônios' como se fosse uma sequência à 'O Código Da Vinci'.

* O roteirista Akiva Goldsman receberá US$ 4 milhões, sendo que os roteiristas mais bem pagos de Hollywood recebem no máximo US$ 2 milhões.

*
Desta vez Tom Hanks esta querendo 50 milhões de dólares, mais uma porcentagem do lucro do filme em bilheteria. Caso feche contrato para estrelar no filme, Hanks será o personagem mais caro de Hollywood até o momento.

Sobre o livro

Sinopse: Antes de decifrar 'O Código Da Vinci', Robert Langdon, o famoso professor de simbologia de Harvard, vive sua primeira aventura em Anjos e Demônios, quando tenta impedir que uma antiga sociedade secreta destrua a Cidade do Vaticano. Às vésperas do conclave que vai eleger o novo Papa, Langdon é chamado às pressas para analisar um misterioso símbolo marcado a fogo no peito de um físico assassinado em um grande centro de pesquisas na Suíça. Ele descobre indícios de algo inimaginável: a assinatura macabra no corpo da vítima - um ambigrama que pode ser lido tanto de cabeça para cima quanto de cabeça para baixo - é dos Illuminati, uma poderosa fraternidade considerada extinta há quatrocentos anos. A antiga sociedade ressurgiu disposta a levar a cabo a lendária vingança contra a Igreja Católica, seu inimigo mais odiado. De posse de uma nova arma devastadora, roubada do centro de pesquisas, ela ameaça explodir a Cidade do Vaticano e matar os quatro cardeais mais cotados para a sucessão papal. Correndo contra o tempo, Langdon voa para Roma junto com Vittoria Vetra, uma bela cientista italiana. Numa caçada frenética por criptas, igrejas e catedrais, os dois desvendam enigmas e seguem uma trilha que pode levar ao covil dos Illuminati - um refúgio secreto onde está a única esperança de salvação da Igreja nesta guerra entre ciência e religião.

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quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Novidades sobre Batman - Dark knight



O site alemão Kino.de teve a oportunidade de entrevistar Christopher Nolan ("Insônia") e Charles Roven, diretor e produtor de "The Dark Knight", respectivamente. Os dois partilharam alguns pequenos detalhes sobre a produção, seqüência de "Batman Begins", sucesso de 2005.

Dentre as novidades estão o fato de que o vídeo do filme, que acompanhará as cópias IMAX de "Eu Sou a Lenda" nos EUA, mostrará os cinco primeiros minutos da nova aventura do Cavaleiro das Trevas.

Já sobre a fita em si, foi dito que, em determinado momento, Batman (Christian Bale, de "Psicopata Americano") sairá de Gotham rumo à Hong Kong em uma caçada a um gângster. Será a primeira vez que veremos, no cinema, o herói agindo fora de sua cidade-natal, mas não a primeira vez de Bruce Wayne fora dos EUA, lembrando o seu treinamento mostrado no filme anterior.

Uma novidade no visual do Homem-Morcego será a inclusão, no novo uniforme deste, de lentes brancas, que servirão como um sonar, deixando o visual do personagem um pouco mais próximo ao da sua contraparte dos quadrinhos publicados pela DC Comics.

Nolan declarou que não veremos a origem do Coringa (Heath Ledger, de "Casanova") no longa, mas sim sua evolução de bandido comum até se tornar o gângster mais temido de Gotham. Os primeiros cinco minutos da fita, acima referidos, tratarão justamente dessa ascenção do personagem.

Ainda sobre o filme, o compositor Mel Wesson, que trabalhará na trilha do filme, mais específicamente nas músicas adicionais da película, declarou em seu site oficial que está ansioso a voltar a colaborar com a dupla Hans Zimmer e James Newton Howard, principais compositores da produção. Wesson afirmou que já está trabalhando em algumas idéias desde setembro, mas que ainda tem um longo cronograma a cumprir para o projeto.

Enquanto isso, a vela presente no site promocional do longa, o WhySoSerious ("Por que tão sério?"), continua a queimar, dando a entender que uma atualização no site está prevista para este Halloween, em 31 de outubro próximo.

Na nova fita, Batman aumenta os riscos em sua guerra ao crime. Com a ajuda do Tenente Jim Gordon (Gary Oldman, de "O Profissional") e do Promotor Harvey Dent (Aaron Eckhart, de "Obrigado Por Fumar"), o herói procura desmantelar as organizações criminosas restantes que infestam as ruas da cidade. A parceria se prova efetiva, mas logo eles se encontram vítimas de um reino de caos liberado por uma mente criminosa ascendente conhecida por aterrorizar os cidadãos de Gotham como o Coringa.

Retornam, para este segundo filme da nova franquia do homem-morgeco, Morgan Freeman ("A Soma de Todos os Medos") como o diretor das Empresas Wayne e inventor Lucius Fox, e Michael Caine ("Filhos da Esperança") como o fiel mordomo de Bruce Wayne, Alfred.

Ainda no elenco está Maggie Gyllenhaal ("Secretária"), substituindo Katie Holmes no papel da amiga de infância de Bruce Wayne, Rachel Dawes. O filme estréia nos EUA em 18 de julho de 2008.

Fonte: Cinema com rapadura

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

A voz do Soundgarden, Audioslave e Temple of the Dog em turnê solo no Brasil.




Chris Cornell que saiu recentemente do Audioslave e está com um cd solo (faça o download clicando aqui!) e com uma turnê mudial, resolveu dar uma paradinha no Brasil em dezembro deste ano.

Foram confirmados dois shows dele aqui: um no Rio de Janeiro dia 12/12 e outro em São Paulo dia 13/12. No Rio de Janeiro, o show será no Citibank Hall e os preços variam de R$ 60,00 (meia entrada - pista) a R$ 100,00 (meia entrada - camarote). Já no Credicard Hall, em São Paulo, os preços variam de R$ 70,00 (inteira - platéria superior) a R$ 250,00 (inteira - camarote setor 1). Os ingressos serão vendidos a partir do dia 29/10 até o dia 04/11 como pré-venda exclusiva para clientes Citibank.

Em julho deste ano, fui a um show dele em Boston. Realmente vale a pena conferir mesmo se você nunca ouviu falar dele. Foi um dos melhores shows que já fui concorrendo com o do Pearl Jam na Apoteose. Destaque para a versão de Billie Jean, do Michael Jackson, que regularmente está no seu setlist. Quem quiser conferir alguns vídeos do show de Boston que eu fui é só clicar aqui!

Fonte: Ticketmaster

Jogos Mortais IV


Por Livia Brasil
criticas@cineclick.com.br

Quando vi Jogos Mortais III, acreditei que a série de terror não poderia ficar pior, mas estava enganada. O roteiro de Jogos Mortais IV foge do padrão criado na trilogia, abrindo um abismo entre os demais, principalmente em relação ao primeiro, de 2004. É simples explicar esta diferença: os roteiristas não são os mesmos. Leigh Whannell, responsável pelos anteriores em parceria com James Wan (em Jogos Mortais e Jogos Mortais III) e Darren Lynn Bousman (em Jogos Mortais II), cedeu sua vaga para os inexperientes Patrick Melton e Marcus Dunstan.

Jogos Mortais IV acompanha dois oficiais do FBI especialistas em traçar perfis psicológicos de criminosos. Eles ajudam o veterano detetive Hoffman (Costas Mandylor) a desvendar os crimes do serial killer Jigsaw (Tobin Bell). O comandante Rigg (Lyriq Bent), da SWAT, é seqüestrado e arrastado para um jogo mortal. A dupla do FBI entra imediatamente em ação e passa a seguir uma trilha de cadáveres deixada pela cidade. As pistas os levam a Jill, que era casada com John Kramer antes de se tornar um assassino.

A única característica que se manteve intacta foi o fato do enredo mostrar diversas histórias que se cruzam no decorrer do filme, sem esquecer dos flash-backs. Porém, a dupla exagerou na dose, criando um dos filmes mais confusos e sem sentido na história do cinema de horror.

O espectador se perde na enorme quantidade de armadilhas e assassinatos, sem saber se o filme está no passado - seja recente ou mais distante - ou se os acontecimentos são relacionados ao presente. Nas produções anteriores, essa técnica é utilizada para criar grandes reviravoltas na história até chegar o momento do grand finale; tanto que essa criatividade levou a série a ser considerada uma inovação no gênero. Desta vez, Jogos Mortais IV termina sem a menor pretensão de causar impacto. Pelo contrário, passa despercebido.

Mesmo assim, o filme possui seus pontos positivos. Os fãs vão adorar conhecer os detalhes da história de Jigsaw, ou melhor, John Kramer, descobrindo o verdadeiro motivo que o levou a se transformar em um assassino em série. Outra razão para ir ao cinema é conferir a direção de Darren Lynn Bousman. Quem gostou da linguagem visual repleta de cortes e efeitos de edição de Jogos Mortais II e III, pode ficar tranqüilo, pois o diretor manteve a mesma linha. Pelo menos esteticamente, Jogos Mortais IV continua seguindo o mesmo padrão de qualidade. As armadilhas são sangrentas e perturbadoras, mas em menos quantidade que o terceiro. Mesmo por que seria difícil superar o banho de sangue que lavou as telas do cinema nos longas anteriores.

De forma geral, a impressão é que as boas idéias acabaram e Jogos Mortais IV se tornou um filme de terror comum que, se não fosse continuação de um grande sucesso, poderia ser lançado diretamente em DVD.

fonte: msnentretenimento

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Esperar para ver mais um maravilhoso filme dessa história tão fantástica! Pelo que a Livia falou, acho que nem vou me contorcer todo no cinema como aconteceu no III. Hahahha...

=)

Empresa de 'Tropa de Elite' investe até R$ 7 mi em 2º longa

Premiado como diretor e produtor de documentários, José Padilha, 41 anos, alcançou o grande público com Tropa de Elite, primeiro longa-metragem de ficção com a Zazen Produções, sociedade de Padilha com Marcos Prado, fundada há 10 anos. Agora a produtora prepara seu segundo longa de ficção, com orçamento de até R$ 7 milhões.

O sucesso na realização dos documentários permitiu à produtora ingressar no mercado de longas de ficção, que exige mais recursos, diz Padilha, formado em administração de empresas pela PUC-RJ e com curso de economia política, literatura inglesa e política interna-cional em Oxford, na Inglaterra.

Depois de mostrar os bastidores do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), a Zazen mergulha no universo da juventude brasileira ligada à musica eletrônica e drogas sintéticas. O segundo longa de ficção da produtora, Posto 9 (nome provisório) será produzido por Padilha e dirigido por Prado, em dobradinha invertida em relação à Tropa.

A Zazen, contudo, não vai abandonar suas origens e segue na produção de documentários, como Povos Selvagens, Fome e 68 Destinos, e também negocia a venda dos direitos de Tropa de Elite para minissérie televisiva.

Posto 9 vai tratar da ligação dos jovens da classe média carioca com a criminalidade, mostrando a saga de dois amigos que se envolvem com o tráfico internacional de drogas sintéticas no Rio. "A idéia veio da curiosidade de entender o comportamento e costumes dessa juventude, desse universo globalizado e conectado, e porque a droga sintética e a música eletrônica caem tão bem para essa geração", diz Prado.

Inspirado numa conversa com o psiquiatra lacaniano Jorge Forbes, Prado diz que o filme vai mostrar uma "luz no fim do túnel", com a esperança de que esses jovens deverão "tornar as relações de trabalho e relacionamento mais verdadeiras e menos hipócritas".

Com orçamento estimado entre R$ 5 milhões e R$ 7 milhões, Posto 9 está em fase de captação de recursos e as filmagens devem começar no final de 2008. "Com menos de R$ 5 milhões não dá para fazer um filme bem produzido", conta Prado. Um dos maiores custos do filme será na produção das festas rave, o que vai exigir dezenas de figurantes.

Paralelamente a Posto 9, Prado vai dirigir o documentário 68 Destinos, sobre a histórica "Passeata dos 100 mil", realizada no Rio em 1968 em protesto contra a ditadura militar. A convite do fotógrafo Evandro Teixeira, que registrou o evento, o diretor vai entrevistar 68 pessoas que se reconheceram na foto do dia da passeata. O filme está em fase de pesquisa e captação de recursos e deve chegar ao cinema em 2009.

Outros dois documentários, dirigidos por Padilha, estão em fase de pós-produção e estréiam em 2008. Povos Selvagens trata da exploração dos índios Yanomami por antropólogos americanos e franceses, conforme denúncia do livro Trevas em El Dorado, de Patrick Tierney. O filme tem exibição garantida em TV no Reino Unido (BBC), França e Alemanha (Arte), Austrália (SBS), Finlândia (YLE) e Dinamarca (TV2). O documentário Fome aborda a questão da fome no Brasil, mostrando o drama das suas vítimas.

Com parte dos recursos bancados pela Petrobras e BNDES, o filme foi rodado em Fortaleza e no município de Choró, no Ceará. "O objetivo é mostrar a fome do ponto de vista de quem passa fome, e não dos intelectuais ou economistas", destaca Padilha.

As negociações para a venda dos direitos para a adaptação de Tropa de Elite em minissérie televisiva devem ser fechadas somente no próximo ano. Padilha, que está de férias e diz não ter pressa para fechar o negócios, informa que canais de TV (aberta e fechada), do Brasil e do exterior estão interessadas. Entre elas estariam a Rede Globo, Rede Record e HBO. Filmado com orçamento de R$ 10,5 milhões, Tropa contabiliza 1,28 milhão de espectadores, em menos de 20 dias no cinema, além da estimativa de mais de 1 milhão de pessoas que assistiram a cópia pirata.

A produtora The Weinstein Company deve lançar o filme em janeiro de 2008 nos EUA. "Mas o filme já está em Moçambique (na África), onde a cópia pirata está bombando", brinca Padilha. O diretor se mostra satisfeito com a repercussão do filme, que suscitou a discussão sobre a necessidade de reorganizar as corporações policiais no Brasil.

"É uma cultura completamente militarizada, que vem da época da ditadura e que não é adaptada à realidade atual do Brasil. Se o filme conseguir colocar a estrutura policial na agenda política, terá um papel importante", diz Padilha, que também estuda propostas de estúdios para dirigir filmes na Europa e Estados Unidos. "Mas caso aceite alguma das propostas, quero manter no exterior a ideologia da Zazen Produções, de realizar somente filmes socialmente engajados e relevantes."

Gazeta Mercantil

Associação de roteiristas brasileiros lança seu site

A associação Autores de Cinema, que tem como sócios 25 dos principais roteiristas cinematográficos do Brasil, lançou na última sexta-feira seu site: www.autoresdecinema.com.br.

O objetivo é divulgar o trabalho da associação, criada no ano passado para valorizar o trabalho do roteirista no país. A AC tem como presidente Di Moretti ("Latitude Zero") e como tesoureiro Bráulio Mantovani ("Cidade de Deus", "Tropa de Elite"). Este último participa de bate-papo no UOL nesta quarta-feira, às 15h, e deve falar dos filmes que escreveu e também da AC.

Além de Moretti e Mantovani, a associação conta com nomes como Jorge Durán ("Proibido Proibir"), Luiz Bolognesi ("Bicho de 7 Cabeças") e Claudio Yosida ("De Passagem"), entre outros.

Além de notícias, dicas e um blog, o site oferece também o download de alguns roteiros produzidos pelos sócios, como os de "Cabra Cega", "Latitude Zero" e "Cidade de Deus".


Fonte UOL


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Vale lembrar que nos Estados Unidos está havendo uma greve dos roteiristas pois eles exigem maios reconhecimento sobre sua obra, com salários da altura dos salários dos diretores de cinema. Não tenho certeza se esses fatos estão relacionados, mas essa semana a continução do filme "superman" acabou de perder os seus dois roteiristas o que deve acabar por adiar ainda mais o projeto. Inclusive o Fernando Meirelles apoiou recentemente em seu blog essa atitude dos roteiristas de hollywood e também deu uma "aula" sobre influência do roteiro no conteúdo final do filme além da estóri narrada pelo mesmo, citando, inclusive, o filme de Martin Scorsese "Os Bons companheiros" como sua Bíblia de roteiro. Esse texto do Fernando Meirelles pode ser conferido clicando aqui.
Abaixo, um pequeno trecho do blog:

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Ou seja, qualquer decisão do roteirista pode transformar o filme radicalmente não só em seu conteúdo, mas em seu formato. Há uma pequena guerra nos EUA no momento, entre os roteiristas e os estúdios. Eles querem ser reconhecidos como autores dos filmes no mesmo patamar que os diretores com cachês e prestígio igual. Acho mais do que justa esta reivindicação. Só porque o que escrevem vai para o lixo no final da filmagem não quer dizer que seu trabalho não tenha a mesma, ou às vezes maior, importância do que o trabalho do diretor." Fernando Meirelles


Roteiros disponíveis no site
www.autoresdecinema.com.br:


Vale a pena conferir esse site que conta também com biografias dos roteiristas associados, notícias e textos relativos à profissão de roteiristas.



terça-feira, 23 de outubro de 2007

Documentário investiga estrela-mirim dos quadros


'Pintora aos 4 anos' narra ascensão e queda da pequena Marla Olmstead.
Filme tem sessões nesta e na próxima terça (23 e 30) na Mostra.

“Até uma criança poderia fazer isso.” Mistura de preconceito e desconfiança com relação a quem dita hoje as regras no lucrativo e hermético mercado das artes, a observação é das mais corriqueiras quando se depara com uma pintura abstrata ou uma peça qualquer exposta em uma galeria de arte contemporânea. Mas no caso dos quadros de Marla Olmstead, que chegaram a ser vendidos por US$ 25 mil, a observação que antes poderia soar ofensiva ganha outro sentido: trata-se da mais pura verdade (ou não?).
“Pintora aos 4 anos”, documentário de Amir Bar-Lev que está sendo exibido na 31ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, conta a história da menina que virou manchete nos principais jornais e canais de televisão dos Estados Unidos em 2004 depois que suas pinturas foram descobertas por um galerista americano e descritas não apenas por ele mas por muitos especialistas e críticos de arte como obras de “um verdadeiro gênio” das artes. Em sua primeira exposição individual, Marla Olmstead, então com apenas 4 anos, teve todas as suas telas – enormes pinturas a óleo coloridas e... abstratas – vendidas para compradores que a comparavam a Jackson Pollock, Monet ou Picasso .

Incentivada pelo pai, ele próprio um pintor frustrado e sem talento, a menina vai produzindo um quadro após o outro e, em menos de um ano, torna-se um dos nomes mais quentes das artes americanas: no momento em que o popular programa de televisão “60 Minutes” decide fazer um perfil da menina-prodígio, o número total de pessoas na fila de espera para comprar uma pintura de Marla já chegava a 200. Dois dias após este mesmo perfil ir ao ar, entretanto, o número de encomendas chegou a zero.

Com a mesma velocidade com que se tornou queridinha no mundo das artes, a reputação de Marla despencou no momento em que a reportagem do “60 Minutes” colocou em questão a autenticidade de suas pinturas. Os produtores do programa acreditaram ter reunido evidências para supor que o pai da menina, Mark, seria o verdadeiro responsável pela “genialidade” da garota – por genialidade entenda-se o fato de ela pintar como uma artista abstrata adulta. Uma câmera escondida instalada no porão da residência dos Olmstead mostrou o que parecia ser Mark “dirigindo” o processo de criação de Marla.
E é nesse momento que, com a mesma transparência com que antes demonstrava empolgação com a história de Marla, o diretor do documentário passa a revelar suas próprias dúvidas sobre a autenticidade. Ao longo de mais de um ano de filmagens, Bar-Lev não conseguiu registrar a realização sequer de um quadro do começo ao fim. Ao contrário, em todas as vezes em que tentou, o resultado foram pinturas infantis que não passavam do que se esperaria de alguém como Marla, ou seja, de uma menina de 4 ou 5 anos. Seria ela apenas uma marionete das pretensões artísticas de seus pais? Teriam seus compradores sido enganados por um galerista oportunista e marketeiro? E quanto ao documentarista: não estaria ele sendo usado pela família como mais uma forma de dar legitimidade e credibilidade à história de Marla?

Como a sempre recorrente pergunta sobre o que é ou não arte, “Pintora aos 4 anos” não oferece respostas prontas. Não por falta de empenho de seu diretor, dos pais da menina ou mesmo de seus críticos em tentar provar o seu ponto. É que, como diz um crítico do jornal “The New York Times” entrevistado no filme, a única verdade que existe é aquela que se deseja contar. Se as pinturas de Marla – ou pelo menos creditadas a ela – um dia vão valer US$ 20 milhões ou se estarão destinadas a enfeitar a geladeira dos Olmstead daqui para frente, só o tempo e os próprios compradores serão capazes de dizer.

31ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
“Pintora aos 4 anos”, de Amir Bar-Lev
Terça (23), 17h, Unibanco Arteplex 1
Terça (30), 19h, Cine TAM

Fonte: G1

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

The Police abre camarim para repórter na França


Sting, Andy Summers e Stewart Copeland falaram ao "Fantástico" sobre show no Brasil.
Trio, que volta depois de 25 anos, toca no dia 8 de dezembro no Maracanã.

Quase 25 anos atrás, antes do estouro dos irlandeses do U2, o título de maior banda do mundo pertencia a três músicos: o baixista e vocalista Sting, o baterista Stewart Copeland e o guitarrista Andy Summers. Se no palco eles mostravam entrosamento perfeito, fora dele, Sting e Stewart Copeland brigavam sem parar.

A banda acabou logo depois e Sting sempre disse que só voltaria ao The Police se recebesse antes um atestado de insanidade mental. E não é que em fevereiro deste ano, pouco tempo depois de lançar um CD de música medieval, Sting resolveu reformar a banda?

A turnê chega ao Rio para um show no Maracanã, no dia 8 de dezembro: 25 anos depois da única visita do grupo ao Brasil.

O programa "Fantástico" encontrou o trio em Paris, também num palco normalmente reservado ao futebol: o Stade de France. Tivemos acesso exclusivo aos camarins. Andy Summers nos recebe tocando uma música bem brasileira: “Lamento", de Tom Jobim. Pergunto se ele tocou só porque a repórter Sônia Bridi é brasileira.

“Não! Eu adoro bossa nova desde adolescente. Já toquei dezenas de vezes no Brasil sozinho e com amigos brasileiros”, explica o guitarrista.

E o que será que ele está achando de tocar no Maracanã, um templo sagrado do futebol? Bem-humorado, Andy Summers pergunta se a repórter acha que ao invés de tocar eles deveriam jogar futebol.


Uma coisa mágica nesse reencontro musical é que ao construir uma ponte do passado para o presente, o grupo abre caminho para o encontro das gerações. Pais e filhos assistem o show juntos. Um pai conta que viu The Police ao vivo, há 25 anos e diz que jamais imaginou que um dia poderia trazer as filhas para o show.

Esparadrapo

De volta ao camarim, encontro o baterista Stewart Copeland cuidando de uma marca registrada: o embrulho de esparadrapo que ele faz para não machucar os dedos. Questionado sobre como é tocar de novo no The Police, Stewart explica que só hoje, com a idade que tem, entende como Sting e Andy foram importantes na vida dele, mesmo com todas as brigas. Será que isso quer dizer, então, que eles continuam brigando?

“Com o Andy não tem problema. Já Sting e eu é que brigamos o tempo todo”, confessa.

Pelo visto, nada mudou. Num camarim muito zen, Sting, que admite:

“Depois de 25 anos, é como se o tempo não tivesse passado. Nós continuamos iguaizinhos. Temos nossas discussões, mas é muito bom tocar com eles novamente. E hoje somos uma banda melhor do que 25 anos atrás”.

Na hora do show, o público parece concordar. A repórter se despede entregando a eles um presente enviado por um certo senhor chamado Edson Arantes do Nascimento.

“Autografada pelo Pelé? Fala sério! Eu achei que ele fosse argentino”, brinca Stewart.

A piadinha só mostra que ele conhece muito o Brasil onde vai tocar.


Fonte: G1

Coppola busca a juventude em seu primeiro filme em 10 anos



O diretor Francis Ford Coppola diz que tem muito em comum com Dominic Matei, o protagonista de seu primeiro filme em dez anos, Youth Without Youth. Isso pode soar surpreendente, vindo do criador premiado com o Oscar de Apocalypse Now e da trilogia Poderoso Chefão, já que Matei é um professor romeno de linguística, entrando na terceira idade, que sente que desperdiçou sua vida, perdeu a mulher que amava e não conseguiu criar uma grande obra acadêmica.

Pouco antes do início da 2a Guerra Mundial, Matei (o ator britânico Tim Roth) é atingido por um raio e se torna jovem novamente, tendo uma segunda chance de realizar seus sonhos.

Nas notas de produção, Coppola diz que, quando leu o livro em que o filme é baseado, ele estava, como o protagonista do livro, "começando a sentir-se no final de estrada", frustrado por não conseguir concluir o roteiro de "Megalopolis", projeto sobre uma utopia, no qual vem trabalhando há anos.

"Eu estava tentando me encontrar como roteirista e encontrar meu lugar na indústria do cinema, porque não queria mais ser o tipo de diretor de entretenimento que tenho sido ¿ queria ser alguém que só faz filmes pessoais", disse Coppola, 68 anos, a jornalistas após uma exibição do novo filme para a imprensa.

"Quando eu era jovem, nunca esperei ter o tipo de sucesso que acompanhou 'Chefão'."

"Foi apenas mais tarde, quando fiquei mais velho, que pensei: se eu vivi a vida de um diretor mais velho quando era jovem, talvez possa ter a vida de um diretor mais jovem quando sou velho ¿ e isso me levou ao tema do livro de Mircea Eliade."

O filme, que fará sua estréia no sábado no festival de Roma, é baseado num romance curto do escritor romeno Mircea Eliade.

Reações Divididas


Coppola financiou o filme com a renda de sua vinícola na Califórnia e filmou na Romênia "como se eu estivesse fazendo um filme de estudante", com elenco e equipe técnica quase inteiramente locais e um van equipada para transportar todos os equipamentos.

O resultado é uma história complexa que mistura os ingredientes de um thriller de espionagem, incluindo cientistas nazistas loucos que estudam mutações genéticas, com reflexões filosóficas sobre o tempo, a linguagem e a reencarnação.

A reação dos críticos ao filme foi dividida. Alguns acharam o filme errático e demasiado ambicioso.

Mas Coppola, que depois de seus triunfos iniciais já teve sua justa parcela de fracassos, disse que o artista nunca deve se preocupar com a primeira reação do público a seu trabalho.

"Quando você se aventura em terreno novo, quando filma um autor como Eliade, já sabe que será algo diferente de Shrek, Homem Aranha ou outros filmes que têm sucesso imediato."

"Leva tempo para o público decidir se é bom ou ruim. Você sabe que no caso de Apocalypse Now, por exemplo, só agora as pessoas estão decidindo o que pensam do filme?"

Indagado se cogitaria em revisitar seus clássicos dos anos 1970 ou fazer um Poderoso Chefão 4, Coppola respondeu com um "não" categórico. Acho que qualquer remake é um desperdício de energia e recursos."

Trailer do filme Youth without Youth

Fonte: Reuters



domingo, 21 de outubro de 2007

Ao lado da família, Coppola apresenta filme em Roma

Francis Ford Coppola participou da exibição de seu último filme, Youth Without Youth, neste sábado, no Festival de Roma. O cineasta americano estava acompanhado da mulher, Eleanor, e dos filhos, Sofia e Roman.

Youth Without Youth, que traz no elenco Tim Roth, Alexandra Maria Lara, Bruno Ganz e André Hennicke, é uma reflexão sobre o homem, o tempo, a linguagem e como isso tudo foi visto pela metafísica e a filosofia oriental.

Foi o próprio Coppola quem financiou o filme. "Sempre senti que o cinema estava mais relacionado com a poesia que com uma ficção narrativa e pode, portanto, usar essa expressão maravilhosa que é a metáfora", disse ele em Roma.

O diretor disse também que Youth Without Youth chocará quem acompanhou seu trabalho anterior. Segundo ele, às vezes leva tempo para que o público aceite muitas das grandes obras da música, da ópera, da literatura.

Fonte: Terra

DiCaprio apresenta documentário sobre crise ambiental



Ator produz e narra 'A última hora', exibido na Mostra de Cinema.
Filme serve como alerta, mas tem mensagem positiva.

Já virou hábito o envolvimento de estrelas hollywoodianas em causas sociais, mas Leonardo DiCaprio resolveu ir além. Seguiu os passos do agora vencedor do Nobel da Paz, Al Gore, e produziu o documentário “A última hora”, em cartaz na Mostra de Cinema de São Paulo, sobre causas e conseqüências do aquecimento global, e como a situação pode ser revertida.
Narrado por DiCpario, o documentário (veja o trailer) faz uma colagem de imagens de catástrofes ambientais mundiais –com muito foco nas cenas de Nova Orleans inundada após o furacão Katrina- e depoimentos de consagrados especialistas nas mais variadas áreas e assuntos.

Entre os entrevistados estão, por exemplo, o ex-presidente soviético Mikhail Gorbachev, o cientistas Stephen Hawking e autoridades em projetos de sustentabilidade como William McDonough e Bruce Mau.

Para quem não tem conhecimentos aprofundados sobre as questões ambientais nem noção da medida exata das conseqüências do que está acontecendo atualmente no mundo, o filme esclarece e serve ainda como alerta.
Mas vai além: os entrevistados de “A última hora” mostram projetos, segundo eles viáveis, de transformar o planeta –com seus veículos, empresas e residências- em sustentável. E de mudar o uso e as fontes de energia.

O documentário peca em não abrir espaço para pontos de vista divergentes, mas termina bem, com visões otimistas sobre o destino da humanidade e mensagens que incentivam uma vida mais saudável e menos consumista.

MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE SÃO PAULO
"A última hora"
, de Nadia Conners e Leila Conners Petersen
Domingo (21), às 14h30, no HSBC Belas Artes
Segunda-feira (22), às 17h30, no Unibanco Arteplex
Quinta-feira (25), às 16h, no Unibanco Arteplex

fonte: G1

Cinemmus

O blog está com um novo sistema de marcadores. Ao invés de separar por tema, vamos separar por "área de interesse". Ou seja, agora estamos divididos em Cinema, Música e Artes.
Isso, além de deixar o layout do blog mais limpo, facilita pra quem quer ler só sobre música ou só sobre cinema, por exemplo.

Dúvidas, reclamações, elogios ou sugestões?
É só deixar seu comentário!

J.K. Rowling revela que Dumbledore é gay

Fonte: G1 Pop & Arte



A autora de Harry Potter acabou com os rumores sobre a opção sexual de um de seus personagens: o mágico e diretor da escola Hogwarts. J.K. Rowling contou que Albus Dumbledore é gay.

Ao ser questionada por um fã durante um evento no Carnegie Hall de Nova York, onde foi promover o sétimo e último livro da série, "Harry Potter e as Relíquias da Morte", na sexta-feira à noite, a autora revelou que Dumbledore encontra o “seu verdadeiro amor”. “Dumbledore é gay”, afirmou ela.

A revelação foi feita durante sessão de autógrafos do último livro da série, ‘Harry Potter e as Relíquias da Morte’, que chegará ao Brasil traduzido para a língua portuguesa em novembro.

Fãs de Harry Potter discutiam sobre a preferência sexual de Dumbledore na internet. A polêmica cresceu devido ao fato dele nunca estar próximo de uma mulher e ter um passado misterioso.

Segundo a escritora, Dumbledore era apaixonado por seu adversário, Gellert Grindelwald, a quem tinha derrotado numa antiga batalha entre bruxos do bem e do mal.

Após a surpresa inicial causada pela revelação, a platéia começou a aplaudir, e a escritora comentou: "Se soubesse que a notícia os faria tão felizes, teria dito antes".

"O amor pode nos cegar", acrescentou a escritora, segundo quem Dumbledore tinha sofrido uma "terrível decepção" e seu amor por Grindelwald tinha sido para ele uma "grande tragédia".

Segundo a "BBC", Rowling contou ao público que enquanto trabalhava no projeto do sexto filme da série, "Harry Potter e o Príncipe Mestiço", viu que o roteiro mencionava o interesse de Dumbledore por uma moça.

A escritora decidiu então esclarecer as coisas e informou ao diretor do filme, David Yates, da condição gay do personagem.

sábado, 20 de outubro de 2007

Coppola nega ter criticado De Niro, Pacino e Nicholson

O cineasta americano Francis Ford Coppola afirmou, neste sábado, em Roma que "admira e respeita" os atores Robert de Niro, Al Pacino e Jack Nicholson e negou tê-los criticado, como foi publicado.

» Coppola critica De Niro, Al Pacino e Jack Nicholson


"As críticas apareceram na imprensa há dois dias e fiquei muito surpreso, porque não é verdade", disse Coppola em entrevista coletiva, após a exibição de seu último filme, Youth without Youth (Juventude sem Juventude) - o primeiro em dez anos -, no Festival de Cinema de Roma.

"Eu não tenho nada além de admiração e respeito. Eles são três dos melhores atores da atualidade e meus amigos, por isso tenho mais que admiração por eles", afirmou. Coppola fez a declaração sem que ninguém perguntasse sobre o assunto, mas se antecipando às questões que poderiam surgir.

O diretor de Apocalipse Now e O Poderoso Chefão destacou que não podia sequer entender o que aconteceu nem por que tinham atribuído a ele tais afirmações. Sobre De Niro e Pacino, disse: "Eu não os fiz, eles me fizeram".

Já de Nicholson, afirmou que "é extremamente inteligente". Coppola disse que acredita que o Daily News tenha distorcido suas declarações, tirando-as do contexto e estampando manchetes como "estes atores são vagos" ou "desperdiçam talento".

Sobre Youth without Youth, o cineasta, de 68 anos, revelou que sempre quis fazer um "cinema autoral" e o resultado foi este filme, muito diferente de seu trabalho anterior.

"Sempre quis ser um diretor autoral. Quando éramos jovens fomos inspirados pelo grande cinema da Europa, da Itália, da França, que tinha tantos bons diretores, e também os japoneses", disse, ao explicar este trabalho, mais na linha do cinema de autor do que de uma grande produção de Hollywood.

"Quando jovem nunca pensei que teria o êxito que tive com O Poderoso Chefão e sempre tive a vontade de escrever roteiros sobre coisas interessantes e fazer filmes de uma forma muito pessoal", acrescentou.

"Sempre senti que o cinema estava mais relacionado com a poesia que com uma ficção narrativa e pode, portanto, usar essa expressão maravilhosa que é a metáfora", prossegue.

Youth without Youth, que traz no elenco Tim Roth, Alexandra Maria Lara, Bruno Ganz e André Hennicke, foi financiado pelo próprio diretor, "o que não quer dizer que tenha sido de baixo custo", e é uma reflexão sobre o homem, o tempo, a linguagem e como isso tudo foi visto pela metafísica e a filosofia oriental.

No entanto, a metafísica e as emoções, ao contrário da ação, não são fáceis de serem mostradas no cinema, como afirmou um dos responsáveis pela montagem do filme, Walter Murch, também presente na entrevista coletiva.

"A ação é muito fácil, representa a si mesma. Já o pensamento não, por isso é preciso buscar uma forma externa para representá-lo. Em qualquer filme deste tipo, a riqueza do filme vem da de simbologias, imagens e idéias que interagem", disse Murch.

Consciente de que o filme chocará os que acompanharam seu trabalho anterior, Coppola pediu "tempo", porque quando se faz "uma nova obra que não tem semelhança com as que já foram lançadas é preciso que o público decida se é boa ou ruim".

Lembrou ainda que "às vezes leva tempo para que o público aceite muitas das grandes obras da música, da ópera, da literatura", por isso disse que os artistas não podem fazer filmes pensando apenas na reação imediata das pessoas.

Fonte: terra

Jack White e Eddie Vedder juntos em filme

Fonte: MTV e UOL



O filme "Walk Hard: The Dewey Cox Story" (Pise Firme: a história de Dewy Cox, em tradução livre) terá Jack White, da dupla White Stripes, como Elvis Presley. O longa-metragem dirigido por Jake Kasdan é uma paródia de “Walk The Line”, filme que retrata a vida de Johnny Cash e de sua mulher June Carter e de outros momentos marcantes na música contada através de um personagem chamado Dewey Cox.

Na história, os Beatles são interpretados por Jack Black (Paul McCartney), Paul Rudd (John Lennon), Justin Long (George Harrison) e Jason Schwartzman (Ringo). O líder do Pearl Jam, Eddie Vedder, faz uma ponta no filme apresentando um show.

“O John C. Reilly me ligou e perguntou se eu aceitaria. Eles filmariam em alguns dias. Eu disse ‘Ok, mas em que ano é para ser?’, e eles disseram que era 1957, então estava ok”, contou White. “Eu pensei que fosse apenas ser alguma coisa para a TV a cabo, mas ele disse ‘Não, este será um dos maiores filmes que esta produtora vai lançar neste ano’”.

White disse ainda que achou o roteiro de “Walk Hard” bastante engraçado. “É uma paródia de biografias musicais, e o John C. Reilly interpreta um personagem que passar por vários períodos diferentes, e em um certo momento ele toca com o Elvis. E esse sou eu”, explicou.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Rapidinhas [Cinema]

Fontes: G1, terra, cinema com rapadura


"Tropa de Elite" vira polêmica até mesmo na Espanha

O El País publicou: "A polícia aparece como é, corrupta, às vezes mancomunada com os traficantes, aos quais vende inclusive armas; mas também imprescindível para lutar contra o narcotráfico. Os traficantes aparecem sem romantismo, terrivelmente violentos e dispostos a semear o terror e a morte para manter o controle do mercado".
Se algumas pessoas ficam indiferentes ao filme, outras já o aplaudem de pé. Fato é que "Tropa de Elite" realmente parece ter mexido com os cidadãos brasileiros, e agora promete conquistar o mundo. "Além do mais, é uma bofetada na classe média que consome drogas: diz sem meias palavras que cada cigarro de maconha ou cada grama de cocaína que se compra contribui para que floresçam mais traficantes, mais violência, e mais mortes", encerra o El País.


Benniof roterizará adaptação de biografia de Kurt Cobain

Segundo a Variety, a Universal Pictures adquiriu os direitos de adaptação da biografia do falecido líder da banda Nirvana, Kurt Cobain (-1994), "Heavier Than Heaven" ("Mais Pesado que o Céu"). A obra foi escrita pelo jornalista Charles R. Cross e terá o roteirista David Bennioff ("A Passagem") como responsável pela adatação para o texto cinematográfico.
O filme será co-produzido pelas companhias Working Title e Reveille Motion Pictures. Os produtores da fita serão Eric Fellner ("Vôo United 93"), Tim Bevan ("Orgulho e Preconceito"), Ben Silverman (da série de TV "The Office") e Graham Larson ("O Último Samurai"). A viúva de Cobain, Courtney Love, atuará como produtora executiva.


Diretor Brian de Palma repudia cortes em filme sobre o Iraque


O veterano diretor de Hollywood Brian de Palma criticou o que classificou de a censura do seu novo filme sobre o Iraque e o efeito negativo dos interesses empresariais norte-americanos sobre a guerra.
Redacted (o título significa "cortado" ou "editado") é baseado na história verídica de um grupo de soldados norte-americanos que estupraram e mataram uma garota iraquiana de 14 anos e assassinaram membros de sua família.
"Redacted foi censurado. É irônico", disse de Palma, que ficou célebre por filmes como Scarface e Os Intocáveis, em entrevista. "Lutei de todas as maneiras para impedir que as fotos foram censuradas, mas perdi."
Ele culpou "as seguradoras" por exercer controle demais sobre a distribuição do filme. O presidente da Magnolia, Eamonn Bowles, admitiu que a distribuidora não poderia segurar o filme se as fotos não editadas fossem incluídas. Elas foram consideradas chocantes demais para serem publicadas em jornais e matérias de televisão.


Paramount anuncia o elenco completo do novo longa de Star Trek

A Paramount confirmou nesta quinta-feira que os atores Chris Pine e Karl Urban estão escalados, ao lado de Zachary Quinto, para viver o trio principal do novo longa da série Star Trek para cinema, que será focado na juventude dos tripulantes da nave Enterprise.

Chris Pine, da comédia Sorte no Amor, vai viver o jovem capitão James T. Kirk, personagem imortalizado por William Shatner, enquanto Urban, mais conhecido por sua participação na trilogia O Senhor dos Anéis, interpretará o médico de bordo, dr. Leonard "Magro" McCoy.

O novo filme de Star Trek, o 11º para cinema, conta ainda com Zachary Quinto (o vilão de Heroes) no papel do lendário Sr. Spock. O ator original do alienígena de orelhas pontudas, Leonard Nimoy, deve fazer uma participação especial na produção.

Eric Bana (de Tróia e Munique) vai viver o vilão da trama, que tem produção e direção de J.J. Abrams, criador das séries Alias-Codinome Perigo e Lost.

Completam o elenco os atores Simon Pegg (engenheiro Scotty), John Cho (Sulu), Zoe Saldana (Uhura) e Anton Yelchin (Chekov).

Filme de 'Wolverine' tem data de estréia oficial

O filme inspirado no personagem Wolverine, da série X-Men, já tem data de estréia confirmada: 1 de maio de 2009, segundo informações do site Movie Hole.

Além da notícia, o diretor Gavin Hood afirmou que o projeto terá o título de X-Men Origins: Wolverine, indicando que mais longas-metragens mostrando as origens dos heróis - e dos vilões - chegarão em breve.

Além de Wolverine, outro personagem de X-Men vai ganhar um filme em breve: o vilão Magneto, interpretado por Ian McKellen.

'Control' é filme de amor com boa música, diz diretor


Fonte: G1

Foi um acordo fechado com um aperto de mãos. E, 28 anos depois, resultou em “Control”, filme sobre a vida e o suicídio de Ian Curtis, líder da lendária banda Joy Division, que será exibido nesta sexta-feira (19), primeiro dia da Mostra de Cinema de São Paulo.

O ano era 1979. Foi em uma estação de metrô londrina que os membros da banda e o fotógrafo Anton Corbijn (então com 24 anos) apertaram as mãos, depois de uma sessão de fotos de dez minutos que se tornou um dos ensaios mais famosos do rock ’n’ roll.

Em maio de 1980, Curtis morreu, aos 23 anos. Àquela altura, com apenas dois álbuns lançados, o Joy Division já tinha mudado a música, com sua combinação de pós-punk e dark, letras pessoais apoiadas por um som rígido e cavernoso.

Corbijn tornou-se um fotógrafo renomado, criando imagens memoráveis de U2, Depeche Mode e R.E.M. Ele ainda dirigiu vídeos dessas bandas e de outras, incluindo Nirvana.

Em um DVD lançado em 2005, com uma compilação dos vídeos de Corbijn, Peter Hook, baixista do Joy Division (e do New Order) disse, meio brincando: “Nós fizemos dele o que ele é ele, sabia? Ele não seria nada sem a gente”.

Aos 52 anos de idade, Corbjin afirmou à agência de notícias Associated Press que ele decidiu fazer sua estréia na direção de longa-metragem motivado por “uma ligação emocional com a história, e pensei que isso poderia compensar alguma falta de conhecimento sobre como fazer um filme”.

“Ao mesmo tempo, eu quis encerrar uma parte da minha vida, onde tudo o que eu faço ainda tem influências de minha adolescência. Então, talvez essa decisão englobe tudo isso.”

História de amor

O filme de Corbijn é uma incomum biografia que se concentra no casamento precoce de Curtis e suas aflitivas crises de epilepsia. Os ataques de Curtis (incluindo um no palco) são mostrados como a principal razão de seu suicídio, considerando os efeitos de seus medicamentos, freqüentemente misturados a álcool.

“Control” foi aplaudido em vários festivais de cinema, inclusive em Cannes, onde o diretor recebeu três prêmios. Corbjn estava inflexível em não classificar “Control” como um “filme de rock”.

“É um filme sobre um garoto que tinha um sonho e tentou realizá-lo, mas termina num ponto em que ele se encontrava infeliz. É uma história de amor, com músicas boas. É assim que vejo, nessa ordem”, explicou o diretor.

Escrito por Matt Greenhalgh, o filme é baseado no livro "Touching from a distance", de Deborah Curtis (interpretada por Samantha Morton), mulher do vocalista. Os dois se casaram em 1975 e tiveram um bebê quatro anos depois. Curtis, no entanto, teve um caso com uma mulher chamada Annik Honore, também mostrada no filme.

“Embora eu nunca tivesse visto Anton antes, o fato de ele ser conhecido pela banda e de ter vivido no Reino Unido por tanto tempo me pareceu uma grande vantagem, muito melhor do que lidar com um completo estranho”, afirmou Deborah.

Cantar e fumar muito

O papel de Curtis foi dado a Sam Riley, selecionado por meio de testes. Riley, líder da banda 10.000 Things, já havia , coincidentemente, feito uma breve participação em "A festa nunca termina" –filme de 2000, que retrata a Factory Records e a cena musical de Manchester, com o Joy Division e outras bandas.

Em entrevista dada por telefone, de Londres, onde está filmando sua nova produção, Riley disse: “Não pude acreditar que tinha conseguido aquela oportunidade. Ele [o diretor] me disse que não sabia se conseguiria encontrar exatamente o que estava buscando: um ator desconhecido que soubesse cantar e fosse capaz de fumar muitos cigarros”.

Riley estudou o pequeno material disponível sobre Curtis, tendo prestado máxima atenção em seu inconfundível movimento de braço enquanto dança. Já que isso é uma das poucas características que as pessoas imediatamente reconhecem em Curtis, era importante para criar autenticidade.

Corbijn elogiou o ator e disse que ele fez o filme melhor do que o esperado.

Filmado em preto-e-branco, "Control" tem a maioria de suas músicas apresentadas ao vivo –e para essas cenas, Riley e uma banda tocaram eles mesmos as canções.

“Quando ouvi a música vindo da bateria, do baixo, da guitarra atrás de mim, da banda verdadeira, me deu um clique. Nos sentimos como ‘canalizando’ o som de alguém tão pomposo, mas àquela altura eu não estava mais pensando nisso."

Corbijn incialmente estava relutante em fazer "Control", preocupado de ser acusado (como aconteceu em sua carreira de fotógrafo) de ter ligação apenas com a música. Ele também esperava que esse fosse seu único filme, mas a experiência despertou nele a vontade de repetir a experiência.

Embora "Control" encerre um capítulo da vida do diretor, também foi responsável por abrir um novo, como cineasta. "Esse filme foi uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida.”

MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE SÃO PAULO

"Control", de Anton Corbijn
Quando: sexta-feira (19), às 18h40

Onde: IG Cine (Rua Fradique Coutinho, 361, tel. 5096-0585)