quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Maratona de cinema no RJ

Segue a programação da Maratona Odeon para o dia 1º de Fevereiro:



PROGRAMAÇÃO

23h SWEENEY TODD: O BARBEIRO DEMONÍACO DA RUA FLEET
(Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street), de Tim Burton.
EUA / 2007
Com Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Alan Rickman, Sacha Baron Cohen
Baseado no musical da Broadway que conta a história infame de Benjamin Barker, conhecido por Sweeney Todd, que abre uma barbearia em Londres, na verdade uma fachada para uma sinistra parceria com sua inquilina, a srta. Lovett.
Tem três indicações ao Oscar, incluindo melhor ator (Depp).

2h30 OS INDOMÁVEIS
(3:10 to Yuma), de James Mangold.
EUA / 2006
Com Christian Bale, Russell Crowe, Peter Fonda
Jovem vaqueiro é persuadido a escoltar bandido que espera a chegada de um trem para leva-lo até a corte de Yuma.


5h
A MORTE DE GEORGE W. BUSH
(Death of a President), de Gabriel Range.
90 min / Reino Unido / 2006
Com Hend Ayoub, Brian Boland, Becky Ann Baker
Anos após o assassinato do Presidente George W. Bush, em Chicago, um documentário investigativo examina o caso.



CAFÉ COM BOLO do Ateliê Culinário
no término da Maratona

E AINDA
Nos intervalos, DJ JORGE LUIZ.

Ingresso
inteira R$20,00 / meia R$10,00
SÓ SERÃO VENDIDOS INGRESSOS MEIA-ENTRADA MEDIANTE A APRESENTAÇÃO
DE DOCUMENTAÇÃO NO ATO DA COMPRA QUE COMPROVE O DIREITO.

ODEON PETROBRAS
Pça. Floriano, 7 - Cinelândia

Tel.: 2240-1093


Humanismo e o discurso de o Grande Ditador

Estudo a obra de Charles Chaplin há algum tempo. E procurando uma deficinição de humanismo na sua perspectiva, me deparei novamente com o clássico discurso nas cenas finais do filme O Grande Ditador.


Impressionante como ele permanece atual, universal.

Definir humanismo na perspectiva chapliniana é uma tarefa imprecisa, pois o conceito situa-se apenas no campo da moral. Sendo assim, pode assumir variadas nuances. Nesta perspectiva, são abordadas questões importantes porém ausentes na sociedade, como: simplicidade, altruísmo, ética e esperança, o capitalismo leva a sociedade a um consumismo exacerbado e a uma alienação coletiva. Para contornar estas questoes, é preciso torna-los visíveis.

Mudamos a realidade a partir do momento que a problematizamos, tornamos públicas nossas insatisfações e exigimos mudanças.

Detalhe, Hannah por quem Chaplin grita no final é o nome de sua mãe, esta que foi sua grande inspiração por toda a vida.

Discurso Final de O Grande Ditador

Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio... negros... brancos.Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.

Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos!

Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, ms dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de faze-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.

É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!

Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Vinícius de Moraes: O Poeta que celebra o Amor e a Mulher.




(…)
O que é o meu Amor? Senão o meu desejo iluminado
O meu infinito desejo de ser o que sou acima de mim mesmo
O meu eterno partir da minha vontade enorme de ficar
Peregrino, peregrino de um instante, peregrino de todos os instantes?
(…)
(A Vida Vivida, Vinícius de Moraes)


VINÍCIUS DE MORAES. PROFISSÃO: POETA

Antes de quaisquer considerações sobre a obra de Vinícius de Moraes, vale abordar aqui um pouco da sua vida. Onde nasceu e morou, quais atividades desenvolveu, suas parcerias, etc.
Marcus Vinícius da Cruz de Mello Moraes nasceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 19 de outubro de 1913, onde também faleceu em 9 de julho de 1980. Formado em Direito no ano de 1933, não agüentou o Fórum por mais de um mês. Era crítico e censor de cinema, jornalista, músico e poeta. Foi nos anos 30 e 40 que Vinícius conheceu a glória literária e conviveu com uma das mais diversificadas e completas gerações composta por: Drummond, Bandeira, Niemeyer, Santa Rosa, Djanira, Aníbal Machado, e tantos outros que já faziam a história da literatura brasileira.
Iniciou sua carreira diplomática em 1946, quando toda essa fase de ouro foi interrompida. Entre 1958 e1960, Vinícius assume o terceiro posto da carreira diplomática em Montevidéu, mas o sucesso do compositor ao lado de Tom Jobim (com quem fez as músicas para sua peça teatral Orfeu da Conceição, encenada no Municipal) resultou em inúmeras solicitações do meio artístico. Entre outros parceiros, Vinícius de Moraes esteve com Pixinguinha, Adoniram Barbosa, Baden Powell, Chico Buarque e Toquinho (com quem teve uma parceria de mais longa duração).
Ainda no começo da década de 60, o poeta desenvolve intensa atividade no gênero pocket-shows, estréia como cantor e vende sucessivas edições de Antologia Poética. Ligado ao Itamaraty, em 1963 viaja para integrar a Delegação do Brasil junto à UNESCO, em Paris, mas regressa no ano seguinte. Daí por diante, e por pouco tempo, seu vínculo com o Itamaraty será apenas burocrático. Antes do fim da década, desliga-se completamente e volta ao jornalismo (crônicas, artigos e críticas).
A partir de então, Vinícius de Moraes passa a ser uma pessoa de domínio público. Com sucesso notório, o escritor traduz sentimentos e anseios de uma moderna e encantadora experiência amorosa. Ele vai além e é encarado como um símbolo que promove uma profunda mudança de valores (não somente literários e artísticos) pela qual vem passando a sociedade nas últimas décadas. Enfim, Vinícius é um “intérprete fiel de uma alma coletiva”.




O VINÍCIUS DO AMOR E DA MULHER

Quando nos deparamos com as obras de Vinícius de Moraes, constatamos que o poeta tende a colocar o amor e a mulher no centro de seus interesses. Tais temáticas passam a ocupar um valor primordial em sua poesia, ao ponto de supormos que a experiência amorosa e o ser feminino ocupam o lugar da crença e da religiosidade, antes tão enfatizadas por ele em suas poesias. O autor imprime, de fato, uma espécie de divinização da mulher, transformando-a num ser superior; com isso faz com que o amor seja a experiência-limite, capaz de fazer com que o homem seja tirado de um ambiente inferior.
Essas facetas das obras de Vinícius apresentam vários pontos que nos remetem ao platonismo amoroso dos trovadores medievais, caracterizado pela idealização da mulher; recordam o amor espiritual dos românticos, assim como o “amor louco” dos surrealistas, o sentimento tido como supremo, acima de Moral ou Religião, etc. A concepção amorosa desse grande poeta, portanto, pode ser encarada como um ponto de convergência entre Trovadorismo, Romantismo e Surrealismo.
Vinícius de Moraes, assim como Camões, tentou fundir o amor sublime ao o amor físico. O poeta brasileiro tentou unir dois pólos tão opostos (amor idealizado + amor erótico) para recriar um terceiro (o amor completo). O que antes, no Romantismo, era impossível de acontecer – a corrupção do amor divinizado através do contato físico – no Modernismo de Vinícius de Moraes, o amor verdadeiro só pode ser concretizado quando ocorre a fusão do sentimento transcendente com o amor carnal. Obviamente, na poesia de Vinícius de Moraes, o amor é um jogo entre o intangível e o experienciado; entre o onírico e o real; entre o amor incapaz de corromper o outro e o que corrompe para existir e se constituir como Amor de fato. Esses elementos constituem textos carregados de desejo, ora da busca pelo sublime (transcendência), ora pelo encontro do cotidiano (imanência).




SONETO DO AMOR TOTAL

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

(Vinícius de Moraes - Rio, 1951)




No chamado Soneto do Amor Total, a idéia da transcendência está presente e pode ser vista nos terceiro e quarto versos do segundo quarteto: “Amo-te, enfim, com grande liberdade/ Dentro da eternidade e a cada instante”. Já a questão da imanência, nessa mesma poesia, encontra-se em toda a terceira estrofe: “Amo-te como um bicho, simplesmente/ De um amor sem mistério e sem virtude/ Com um desejo maciço e permanente”.




A BRUSCA POESIA DA MULHER AMADA

Longe dos pescadores os rios infindáveis vão morrendo de sede lentamente...
Eles foram vistos caminhando de noite para o amor – oh, a mulher
[amada é como a fonte!
A mulher amada é como o pensamento do filósofo sofrendo
A mulher amada é como o lago dormindo no cerro perdido
Mas quem é essa misteriosa que é como um círio crepitando no peito?
Essa que tem olhos, lábios e dedos dentro da forma inexistente?

Pelo trigo a nascer nas campinas de sol a terra amorosa elevou a
[face pálida dos lírios
E os lavradores foram-se mudando em príncipes de mãos finas e rostos
[transfigurados...
Oh, a mulher amada é como a onda sozinha correndo distante das praias
Pousada no fundo estará a estrela, e mais além.


Nesse texto, nota-se o apego do poeta à figura feminina. Vinícius atribui características sublimes à mulher e faz com que ela seja o ser de onde provém e para onde convergem todas as outras formas elevadas, inclusive as da natureza.




SONETO DA FIDELIDADE

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure



Na composição literária Soneto da Fidelidade, de Vinícius de Moraes, nota-se com clareza, ao ler a primeira estrofe, o tanto que o poeta deseja enfatizar que o amor é o único sentimento digno de cuidado e renúncia. O escritor menciona que ainda que ele próprio se veja diante do maior encanto, o seu pensamento, isto é, a sua mente se encantará mais pelo seu amor/ pela sua coisa amada.
Na segunda estrofe, há a exaltação do amor e o reconhecimento de duas vertentes opostas ligadas, diretamente, a esse sentimento. São elas: riso/ contentamento versus pranto/ pesar. A intenção da fidelidade caracteriza esse quarteto quando se identifica o compromisso da pessoa que ama com a pessoa amada, em ambos os ambientes.
No primeiro terceto, Vinícius aborda que, do mesmo modo que a morte é responsável por encerrar a vida, a solidão também encerra o amor.
Na última estrofe, o poeta traz à tona a questão do caráter temporário do amor comparando-o a uma chama de fogo (que rápido se apaga), mas desejando que mesmo sendo assim, tenha expectativa eterna enquanto esse sentimento existir.

Em suma, Vinícius de Moraes foi um grande poeta, entre tantas outras coisas que se propôs a ser. Suas poesias e canções expressam, realmente, o sentimento da alma coletiva brasileira e encantam, até hoje, pessoas de diversos países no mundo todo. Imortalizado pela parceria com Tom Jobim e a sua “garota de Ipanema”, o nosso poeta transformou, e ainda transforma, o ser humano com seus textos e músicas. Escreveu sonetos, compôs letras para a grande Bossa Nova, criou crônicas que falavam sobre o amor, foi um grande pensador, louvou sentimentos como a amizade, exaltou a mulher e o amor... Vinícius de Moraes nos deixou seu ideal poético, nos deixou poesia em forma de música e nos deixou, também, SAUDADES...



A MULHER QUE PASSA

Meu Deus, eu quero a mulher que passa.
Seu dorso frio é um campo de lírios
Tem sete cores nos seus cabelos
Sete esperanças na boca fresca!

Oh! Como é linda, mulher que passas
Que me sacias e suplicas
Dentro das noites, dentro dos dias!

Teus sentimentos são poesia
Teus sofrimentos, melancolia.
(…)

Meu Deus, eu quero a mulher que passa!

(…)
Por que me faltas, se te procuro?
Por que me odeias quando te juro
Que te perdia se me encontravas
E me encontrava se te perdias?

(Vinícius de Moraes)



Dica para quem quer conhecer mais sobre a Vida e a Obra de Vinícius de Moraes:
O documentário brasileiro “Vinícius”.

domingo, 20 de janeiro de 2008

C H A P L I N I A N A



Com um pouco de atraso mas ainda há tempo, venho divulgar uma homenagem ao inconfundível Charles Chaplin que está acontecendo no Museu de Arte Moderna no RJ. Os filmes são projetados numa sala de exibição pra todos aqueles que se interessarem e passarem por lá para conferir e, muito importante, de graça! Não percam!


Chapliniana

ImageA Cinemateca apresenta uma retrospectiva com filmes do Charles Chaplin, uma das mais expressivas e famosas figuras do cinema mundial. Nascido em Londres, cujos pais eram do music hall, debutou nos palcos aos 5 anos de idade. Aos 8 já era um artista profissional, integrando uma trupe de crianças dançarinas.


Durante sua segunda turnê pelos Estados Unidos, em 1912, foi convidado a participar de um espetáculo teatral de Mack Sennett, então chefe da Keystone, fazendo no ano seguinte seu primeiro filme, Making a living (presente na mostra). Chaplin participou de 35 filmes, como ator, roteirista e diretor, durante a fase da Keystone, onde ele criou seu personagem imortal – o vagabundo. Em 1919 ele fundou a United Artists Corporations, em parceria com Mary Pickford, Douglas Fairbanks e D. W. Griffith.

Esta retrospectiva traz desde alguns curtas-metragens do início de sua carreira, até alguns longas-metragens clássicos do cineasta.


qui 17
18h30 Sala Escura – Sessão latina Frida natureza viva Frida naturaleza viva de Paul Leduc. México, 1984. Com Ofélia Medina, Juan José Gurrola, Salvador Sánchez. 108’.
>>Um filme sobre a pintora Frida Kahlo, onde a câmera, mais do que simplesmente contar a história da artista, desenha no espaço, compondo imagens que procuram se expressar quase sem qualquer apoio de diálogos ou de narração.

sex 18
18h30 Chapliniana Casa de Penhores The Pawnshop de Charles Chaplin.EUA, 1916. Com Charles Chaplin, Albert Austin. Ombro armas Shoulder Arms de Charles Chaplin. EUA, 1918. Com Charles Chaplin, Edna Purviance. Legendas em português. Cópia em DVD.
>>No primeiro filme, Chaplin é um empregado de uma casa de penhores, onde se mete em muitas confusões, como insultar os clientes ou limpar um ventilador em movimento. No segundo, ele está em treinamento no exército, durante a Primeira Grande Guerra.

sab 19
16h Chapliniana O Casamento de Carlitos Tillie’s punctured romance de Mack Sennett. EUA, 1914. Com Marie Dressler, Chales Chaplin, Mabel Normand. Intertítulos em inglês. 73’. Cópia em DVD. Sessão com acompanhamento de piano ao vivo por Cadu.
>>Farsa sobre os engodos de um malandro urbano engenhoso e sua namorada, tendo por vítima uma matrona.

18h Chapliniana O Garoto The kid de Charles Chaplin. EUA, 1921. Com Charles Chaplin. Jackie Coogan, Edna Purviance. Intertítulos em inglês. 59’. Complemento Vida de cachorro A Dog’s life de Charles Chaplin. EUA, 1918. Com Charles Chaplin, Henry Bergman.
>>O vagabundo adota um menino abandonado, neste que é um dos filmes mais populares do cineasta, reunindo os personagens que costumavam povoar os seus filmes curtos.

dom 20
16h Chapliniana Carlitos quer casar A Jitney elopement de Charles Chaplin. EUA, 1915. O lado ensolarado do campo Sunnyside de Charles Chaplin. EUA, 1919. Com Charles Chaplin, Edna Purviance. Legendas em português. Cópias em DVD.
>>No primeiro filme, Carlitos se apaixona e resolve se casar. Em O Lado ensolarado do campo, ele trabalha em um Hotel na cidade de Sunnyside e tem um chefe durão que o obriga às mais variadas tarefas.

18h Chapliniana Em busca do ouro The Gold rush de Charles Chaplin. EUA, 1925. Com Charles Chaplin, Georgia Hale, Mack Swain. Intertítulos em inglês.
Na febre do ouro, um prospector solitário vai ao Alasca em busca de riqueza.

sex 25
18h30 Chapliniana O Balneário The Cure de Charles Chaplin. EUA, 1917. Com Charles Chaplin, Albert Austin. Pastor de almas The Pilgrim de Charles Chaplin. EUA, 1923. Com Charles Chaplin, Edna Purviance, Mack Swain. Legendas em português Cópias em DVD.
>>Em O Balneário, Chaplin decide fazer um tratamento de água, mas leva bebida alcoólica para o resort. Descoberto, o gerente manda que ele esvazie a garrafa, e o líquido cai nas “águas curativas”. No segundo filme, foragido da polícia, ele se disfarça de pastor e é aceito pela congregação de uma pequena cidade.

sab 26
16h Chapliniana Um dia cheio A Busy day de Charles Chaplin. EUA, 1914. Com Charles Chaplin, Mack Swain. Laços de liberdade The Bond de Charles Chaplin. EUA, 1918. Com Charles Chaplin, Edna Purviance. Carlitos dançarino Tango Tangles ou Charlie’s Recreation de Charles Chaplin, Ben Turpin. EUA, 1914. Com Charles Chaplin. Uma noite fora A night out de Charles Chaplin. EUA, 1914. Com Charles Chaplin, Fatty Arbuckle. Legendas em português. Cópias em DVD.
>>Programa com curtas do início da carreira de Chaplin, alguns ainda realizados na Keystone.

18h Chapliniana O Circo The circus de Charles Chaplin. EUA, 1927. Com Charles Chapllin, Allan Garcia, Merna Kennedy. Intertítulos em português.
>>Comédia dramática em que o vagabundo, perseguido pela política, se mete em um circo e se transforma em atração.

dom 27
16h Chapliniana Carmen Charles Chaplin’s burlesque on Carmen de Charles Chaplin. EUA, 1916. Com Charles Chaplin, Edna Purviance, Lawrence A. Bowes. O teatro Night in the show de Charles Chaplin. EUA, 1915. Com Charles Chaplin, Fred Goodwins, Bud Jamison. Carlitos Reporter Make a living de Henry Lehrman. EUA, 1914. Com Charles Chaplin, Chester Conklin.
>>Programa de curtas, que traz o primeiro filme de Chaplin Make a living, e uma adaptação livre de Carmen de Prosper Mérimée, onde ele não interpreta seu clássico vabagundo.

18h Chapliniana Tempos modernos Modern times de Charles Chaplin. EUA, 1936. Com Charles Chaplin, Paulette Goddard, Henry Bergman. Legendas em espanhol. 89’.
>>Carlitos às voltas com o mundo mecanizado e industrial. Filme mudo realizado em plena era do cinema sonoro.




Maiores informações:

Museu de Arte Moderna

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Endereço:
Av Infante Dom Henrique 85
Parque do Flamengo
Rio de Janeiro
Brasil
20021-140

Telefone: +55 (21) 2240 4944
Fax: +55 (21) 2240 4899

Informações: Horários (podem sofrer modificações) ter - sex 12h - 18h sab - dom e feriados 12h - 19h A
bilheteria fecha 30 min antes do término do horário de visitação.


A tempos não escutava uma “banda nova” tão influente, coesa e simultaneamente repleta de músicas de energia fascinante. Espero com certeza que Bloc Party ao contrário de várias "novas promessas", venha para ficar.

Bloc Party é uma banda de art rock, pós-punk e indie rock, formada em 2002 na cidade de Essex na Inglaterra. A banda tem muita influencia no som produzido por grandes bandas dos anos 80 como Joy Division (depois New Order), The Cure e dos anos 90 como Radiohead (lembrando que o guitarrista é a cara de *) e incrementando e inovando com elementos do movimento pós-punk (seja lá o que for isso).

A banda é formada por Keke Okereke (guitarra e vocal), Russel Lisack (guitarra), Gordon Moakes (baixo e vocal) e Matt Tong (bateria).“Like Eating Glass”; “Helicopter”; “Banquet”; “This Modern Love”, “So Here We Are” e “Plans”, músicas do já classico Silent Alarm de 2005 são letras fortíssimas, intensas, hipnotizantes e viraram hits no meu pc desde que comecei a escutar. Mas existem ainda outras grandes músicas como “I Still Remenber” do segundo disco da banda A Weekend in The City lançado ano passado que estou ainda a escutar.

Bloc Party vem salvando o mundo da música mediocridade do mundo pop atual. Não inova em praticamente nada, porém, é tudo tão bem pensado e executado que mereceu o meu respeito e o da crítica por eles. Escute, recomendo e incentive outros a escutar por que vale muito a pena.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Sweeney Todd: O barbeiro demoníaco da rua fleet




Mais uma parceria entre Johnny Depp e o diretor Tim Burton deve ser um dos destaques nos cinemas mundiais. O musical “Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet” sai da Broadway e vai para as telonas prometendo muita vingança e obscuridade. Espuma de barbear, lâmina bem afiada, uma cadeira reclinável, posição vulnerável. A descrição de um salão de barbearia deve provocar calafrios em qualquer um que conhece a história de Sweeney Todd, um barbeiro serial killer. Uma a uma as vítimas eram degoladas e seus corpos transformados em carne para rechear as tortas de Mrs. Lovett, companheira de Todd.

Em 1973, a história, supostamente baseada em fatos reais, foi reformulada pelo dramaturgo inglês Christopher Bond. Com elementos do clássico “O Conde de Monte Cristo”, Bond deu motivação ao personagem que, até então, era apenas um assassino. O passado de Todd, um homem preso injustamente chamado Benjamin Barker, deu alma à figura aterrorizante.

O roteiro do filme foi baseado nessa versão composta por Stephen Sondheim, uma das mais brilhantes mentes musicais de todos os tempos. Sua idéia era carregar de humor e música uma obra essencialmente de terror e, para que isso funcionasse, escreveu canções infalíveis. Romântico incorrigível, não deixou de lado a frieza e a dramaticidade de Sweeney, como em “Epiphany”.

As melodias variadas e as letras brilhantes contam, praticamente sozinhas, o trajeto de Benjamin Barker de volta a Londres após passar 15 anos preso na Austrália. O barbeiro não enxerga mais no horizonte da cidade a beleza vitoriana que um dia viu ao lado de sua esposa Lucy e da filha Johanna. Já Anthony, um marinheiro que resgata Todd das águas, é o oposto. Ama a cidade em que nasceu e nela enxerga esperança. Enquanto Sweeney Todd encontra refúgio na casa de Mrs. Lovett, uma mulher apaixonada que fabrica “as piores tortas de Londres”, Anthony encontra Johanna, uma jovem por quem se apaixona prontamente.

São duas histórias, uma cheia de romance e promessas, e outra sombria, vingativa. Mrs. Lovett dá a Todd as navalhas que guardou durante tanto tempo e, confiando nas únicas amigas que teve, o barbeiro retoma a profissão que foi forçado a abandonar. É nas navalhas que vê refletida uma maneira de se vingar daquele que o separou de sua família, Juiz Turpin. Entretanto, toda a cidade, cúmplice do que aconteceu, sofrerá por ter assistido calada às injustiças cometidas.

A descrição do personagem principal nas primeiras linhas de “The Ballad of Sweeney Todd” explicam o porquê de Tim Burton ser um apaixonado pelo musical criado por Sondheim: “Sua pele era pálida e seus olhos estranhos”. Burton moldou personagens que se tornaram ícones da estranheza e são caracterizados pelos mesmos adjetivos.

Johnny Depp, que imortalizou “Edward Mãos de Tesoura”, de Burton, foi chamado para viver o personagem título. A parceria do ator com o diretor funcionou outras cinco vezes e a presença de Depp garante grandes lucros a um musical pouco conhecido. O papel de Mrs. Lovett ficou para Helena Bonham Carter, esposa de Burton e figura registrada em seus filmes mais recentes.

O elenco chama a atenção também com Sacha Baron Cohen, que surge como o barbeiro concorrente Adolfo Pirelli, um charlatão que Todd não hesita em desmascarar. Timothy Spall interpreta Bamford, o eterno comparsa do vilão Turpin, personificado por Alan Rickman.

Entre personagens vingativos, loucos, cruéis ou impostores, são os jovens Johanna, Anthony e o inocente Tobias Ragg que adicionam suavidade à obra. Burton optou por colocar Jamie Campbell Bower e Jayne Wisener, de 18 e 19 anos, respectivamente, para interpretarem o casal apaixonado Anthony e Johanna. Ed Sanders foi o escolhido para o papel do pequeno Tobias.

A fotografia escura de Tim Burton e sua direção sóbria deverão dar mais peso a uma história que há muito foi registrada no mundo do entretenimento. Stephen Sondheim atingiu um grande público com sua música memorável, mas é Burton quem irá popularizar as letras que pedem por vingança.

O longa recebeu quatro indicações ao prêmio Globo de Ouro, vencendo na categoria de Melhor Filme de Comédia ou Musical e Melhor Ator de Comédia ou Musical para Johnny Depp. Helena Bonham Carter foi indicada a Melhor Atriz e Tim Burton a Melhor Diretor, mas não saíram vitoriosos.

Estando em cartaz nos cinemas americanos desde dezembro, o filme já ultrapassa a quantia dos US$ 44 milhões arrecadados. No Brasil, o longa chega apenas em 8 de fevereiro.



Tim Burton fala sobre a necessidade do sangue no filme


Questionado em recente entrevista sobre a necessidade de tanto sangue em "Sweeney Todd", o diretor Tim Burton ("A Noiva Cadáver") salientou a importância de tais recursos para seu novo trabalho. Segundo ele, se fosse alguma coisa diferente do que pode ser conferido nos cinemas, o filme não teria atingido seu objetivo final.

O diretor, que chegou a ter algumas de suas cenas repensadas pela DreamWorks, que achou que o excesso de sangue na tela aumentaria drasticamente a censura, recusou-se a deixar seu filme mais leve. De acordo com ele, tudo foi deixado às claras desde o princípio entre ele e os chefões do estúdio, que concordaram com sua opinião.

E, incrivelmente, para dar ainda mais vivacidade à cor e textura do que ele considerou fundamental para dar vida à sua trama, ele usou o laranja. "Era nosso ingrediente especial, muito pegajoso, muito doce e que queimava seus olhos", contou satisfeito.

A história do barbeiro vingativo deve chegar às telas brasileiras em fevereiro. Na trama, um homem tem sua vida destruída e jura vingança ao sair da cadeira, tornando-se então Sweeney Todd.













Fonte: Cinema com Rapadura

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Gostaria apenas de informar a todos que, após um período de poucas publicações aqui, tentaremos retomar as atividades no ritmo anterior. Para tal, escreverei nos dias vindouros sobre algumas obras de Kubrick e Scorsese (dois dos meus diretores favoritos) com o intuito de analisar e incentivar a analise dessas obras de tamanha importância pra cultura cinematográfica mundial.
Além disso, continuaremos contando com a colaboração do Julio, principal responsável pelos últimos posts desse blog. Contaremos ainda com a participação de mais uma pessoa que tratará de expandir o próprio conceito desse blog, escrevendo principalmente sobre literatura. Ela se chama Karla Louise e está terminando sua graduação em letras (português/hebraico) além de outras atividades extra acadêmicas.
Obrigado a todos por continuarem a frequentar o blog apesar do período de poucos posts e esperamos que possamos gradativamente retornar às atividades e amplia-las.


Até breve!