quarta-feira, 10 de outubro de 2007

A revolução Radiohead

Grupo inglês deixa que fã decida quanto vai pagar por download da música. Músicas do sétimo álbum já vinham aparecendo em versões ao vivo.

Fonte: G1

Download do cd: http://www.sendspace.com/file/5clqwi

Uma nova etapa no negócio da música pode ter início nesta quarta-feira (10): é o dia em que o Radiohead, nome de peso do pop, com milhões de cópias vendidas na carreira e ainda relevante para outros tantos milhões de pessoas, começa a disponibilizar seu trabalho pela internet ao preço que o fã ou qualquer interessado decidir. A quem se mostra descrente, o site oficial do Radiohead insiste: "Não, de verdade, [o preço] cabe a você".


O anúncio de "In rainbows", sétimo álbum da carreira do grupo da cidade inglesa de Oxford, foi recebido com espanto pela forma de levar a música ao ouvinte. Agora, ao abrir mão da estrutura de uma gravadora (ao menos nessa primeira e mais importante fase de lançamento), a idéia da banda já tem cara de revolução.


O site do quinteto liderado por Thom Yorke aumentou em 11 vezes o número de visitas e já é o mais visitado entre os dedicados à música no Reino Unido (antes estava na pouco sensacional 43ª posição), de acordo com medição do HitWise. O Google, por sua vez, diz que sua ferramenta de buscas registrou dez vezes mais interesse no nome "Radiohead" nos últimos dias. Oasis, Jamiroquai e Nine Inch Nails, nomes em patamares de popularidade próximos aos do Radiohead, já se inclinam a um modelo de comercialização parecido.

Além de apostar no esquema "quer pagar quanto?", a banda vai vender um box com o disco no formato físico, um vinil duplo e um CD multimídia com sete faixas extras, letras, imagens e outrs itens. O pacote terá o preço de 40 libras (cerca de US$ 80 dólares) e só será entregue próximo do dia 3 de dezembro. O CD normal só seria lançado em 2008 e aí sim entraria uma grande gravadora para distribuição e afins.



No todo, dizem especialistas no negócio da música, há uma radicalização para os dois lados: o reconhecimento de que o valor da venda tradicional de um trabalho perdeu muito nos últimos seis anos (a explosão das redes de trocas de arquivo se deu em 2001) e o lado da aproximação maior com os fãs, que estão dispostos a pagar uma quantia superior por versões "deluxe" dos discos.


O próprio caminho

Nome da era pré-download (o Radiohead lançou o primeiro disco em 1992), o grupo já havia resumido qual era a sensação de tomar o seu próprio caminho sem o poderoso auxílio de uma das grandes companhias do mercado musical (eles não renovaram o contrato com a Parlophone/EMI expirado em 2003): "É libertador e aterrorizante ao mesmo tempo", escreveu o grupo em um comunicado.

O G1 procurou Gilberto Gil, Pitty, Ivete Sangalo, Caetano Veloso, Zeca Pagodinho - artistas com nome estabelecido no mercado nacional, assim como o Radiohead no exterior - que alegaram problemas de agenda ou desconhecimento do assunto para comentar a iniciativa do grupo inglês e um possível paralelo desse modelo no Brasil.
Mesmo com os temores naturais de um artista que tem algo a perder, o Radiohead segue uma trilha arriscada que tem paralelo com os seus discos. O quinteto começou com um grande sucesso no primeiro disco, a partir da popularidade da música "Creep". Ainda no vácuo do sucesso do Nirvana, a faixa foi vendida como uma outra novidade quente do chamado "rock alternativo". Os críticos não perdoaram, e o Radiohead foi malhado por muitos.

Mudanças

A partir de "The Bends" (1995), as coisas começam a mudar. Público e imprensa se unem nos elogios a músicas como "Fake plastic trees". "Ok Computer" (1997) inscreve o Radiohead na galeria dos grandes discos da história, a julgar pelas freqüentes listas de "melhores de todos os tempos no rock", e vende mais de 4 milhões de discos no mundo inteiro.

"Kid A" (2000) e Amnesiac" (2001) tomaram caminhos mais experimentais. Como resultado, fãs e críticos tiveram, em geral, opiniões que variavam do entusiasmo pelo risco que a banda estava correndo a de que o Radiohead estava se afastando do fã comum de rock para embarcar em um cabecismo para poucos. "Hail to the thief" (2003) não teve muitas mudanças em relação aos dois anteriores.

"In rainbows" já tem várias de suas músicas conhecidas pelos fãs. O quinteto de Oxford apresentou quase todas as canções novas ao vivo, e versões de ótima qualidade estão largamente disponíveis na internet. Mas, claro, sempre é possível esperar uma ou outra surpresa. Sabendo que a banda segue uma trilha própria, que dificilmente se curva às demandas de fora, faz mais sentido a proposta atual da banda: cabe somente a você aceitar ou não entrar no universo do Radiohead.

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Meus vinte centavos nessa estória....

É, parece que a cada 10 anos o Radiohead decide fazer uma grande mudança no cenário mundial. O "primeiro sete" da banda foi quando, em 1997, lançou o album Ok computer que é considerado pela maioria o album mais importante da década de 90, tanto pela sua inovação em riffs e melodia quanto pela qualidade das músicas e pela fluências das mesmas por todo o disco, ou seja, importante não só pela inovação mas também, e principalmente, pela incrível qualidade. Agora, em 2007, 10 anos depois, o Radiohead faz seu "segundo sete" quebrando completamente toda a estrutura fonográfica vigente nos dias de hoje "pirateando" o próprio cd, uma atitude indubitávelmente visionária que decide remar finalmente a favor da maré (e não contra, como a maioria das bandas) e aceitando finalmente a nova era em que vivemos onde um pré adolescente de 12 anos tem 300 músicas no ipod sem gastar um centavo. Eu acho que já estava na hora de algo do tipo acontecer, eu, por exemplo, não teria comprado nenhum dos cds originais que tenho se antes não tivesse baixado a mp3 na internet. É preciso conhecer pra gostar e isso parece óbvio. Hoje você tem oportunidade de conhecer um banda do sul da holanda ou do norte da irlanda que ainda vai lançar o primeiro disco e, se você gostar mesmo da banda, comprará o cd nem que seja juntando dinheiro e importando. Por algum motivo obscuro os críticos da tão famosa "pirataria" se recusam a enxergar que se as pessoas não conhecerem então elas jamais comprarão cds e muito menos irão a shows, já está na hora de a industria tomar as rédias dessa bagunça que é o mundo virtual e encontrar um meio termo. E aí vem a idéia genial do Radiohead que acerta três coelhos numa só: Cuida dos não-fãs permetindo-os a baixar o cd sem compromisso, de graça no próprio site deles e conhecer o novo trabalho da banda, cuida dos "menos" fãs que podem baixar o disco e mesmo assim contribuirem com um pouco nesse download com 1 euro, 2 , 5 ou quanto quiserem (e, vamos combinar, se as bandas ganhassem míseros 1 dolar por cd baixado estariam muito mais ricas) e ainda cuida dos super-fãs disponibilizando uma obra artística no formato de Box com disco de vinil duplo, o novo cd, mais 7 faixas bônus e ainda um trabalho gráfico com as fotos da banda e as letras das músicas. Revolução. Coisa de gênios.

Download do cd: http://www.sendspace.com/file/5clqwi

1 comentários:

Raphael Dias disse...

Quatro links alterntivos!

http://sharebee.com/05a3c1be